Pudor às Cinco Badaladas

Se contasse, ninguém confirmaria,
Se visse, decerto nem eu creria,
Se descrevesse, era eu o perverso leviano.
Mas juro hoje e confeso a esta resma,
Que oiço por de trás deste claustro,
O clamoroso prazer lúbrico e debochado,
Que ecoa verdadeiro pelas pedras daquele templo,
Paredes meias com este convento!
Sei quem causa este meu pasmo
Mas não o conto...
Sei da mente que alicia o errante,
Mas não a devo alvejar...
Chalaceio-a sem maldade,
Quando a vejo sair apavorada,
Já depois da ultima badalada,
Com a manha de quem está habituada,
Como alguém que se acaba de confessar...