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A Irmandade - Parte 2

Tudo começou naquela manhã de Inverno, acordei mais cedo do que o habitual. Estava bastante frio, e a neve não dava tréguas a nada nem ninguém. Os animais tinham-se recolhido nos estábulos, e as plantas, impotentes, tentavam resistir ao frio cortante. Vesti umas calças em tons de castanho, e uma camisa branca. O meu primo ainda dormia, embalado por um qualquer sonho.
As suas mãos ásperas, os seus ombros largos, e braços possantes, deixavam adivinhar uma vida de trabalho duro. Sempre o invejei pelo seu corpo musculado. Eu, apesar de não me poder comparar a ele em termos de porte físico, ganhava alguns pontos no que tocava à inteligência e à agilidade.
Continuei a andar sobre o chão de madeira, sempre silenciosamente para não acordar nenhum dos habitantes daquela casa. O meu primo revirou-se na cama, produzindo assim um ruído enorme. Abriu os olhos.
-Onde vais tão cedo? – Perguntou ele
Lancei-lhe um olhar de reprovação.
-Aragon! Volta a dormir, vou só dar uma volta.
Olhou para mim com um ar inquisidor e esboçou um sorriso trocista.
-Vais ter com ela, não vais?
Não respondi. Ele esboçou um novo sorriso, mas este, com a intenção de me encorajar.
-Vai lá então, e tenta voltar inteiro! - Aconselhou
Sorri em resposta ao seu concelho. Afinal, ele tinha razão. Da última vez que fora visitar Katherine, o pai dela encarregou-se de me afugentar com um cutelo. Por incrível que pareça, foi capaz de me ferir superficialmente. Cansado da perseguição, atirou-me uma pedra. Nada de grave, apenas um arranhão, mas fica a recordação.
Fui até a cozinha. Comi um pouco de pão e bebi um copo de água. Era incrível como até esta estava gelada. O pão, estava incrivelmente duro, era intragável. Deixei o pequeno almoço para algum roedor que se aventura-se pela cozinha.
Caminhei ao longo da cozinha, sempre com a madeira a ranger debaixo dos meus pés. Parecia inevitável acordar a minha tia e o meu primo. Ouvi passos vindos de outra divisão da casa. Desviei o olhar na direcção do som a tempo de ver o meu primo a esconder-se por detrás da porta. Agarrei num copo cheio de água barrenta, aproximei-me sorrateiramente para o encontrara agachado entre a parede e a porta da cozinha.
- Estás feito! – Disse eu esboçando um sorriso trocista.
A minha vítima mais recente estava completamente encharcada. Conseguia sentir o seu olhar irado a penetrar-me o espírito. Estaria mesmo zangado?
-Agora vais ter de me emprestar roupa tua, visto que a minha está encharcada em água suja.
Não protestei. Com todo o cuidado, para não acordar a minha tia, guiei Aragon até ao meu cantinho para que ele vestisse roupa seca. Já era de esperar o que ele se vingasse, mas não assim. Escolheu as minhas roupas favoritas. Uma camisa branca e umas calças pretas, apesar de já estarem gastas, continuavam a ser as minhas roupas preferidas.

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domingo, janeiro 4, 2009 - 16:59
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Jliceia

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