CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Testamento
Não há muito o que deixar para os vivos enquanto, entre eles, estive sempre morto. Fiz meu testamento há algum tempo e tenho a impressão que cada bem me foi levado sem que eu mesmo percebesse.
Deserdei meu coração ao mundo e, sobretudo, a mim mesmo. Foi há muito tempo quando o mesmo se soube longe das festas das ramas. Tirei-o do trabalho físico de pulsar quando o descentralizei de toda energia, convergindo-a ao pensamento. Desde então, em cada segundo ele desintegra como se ao pó já tivesse voltado. Vez ou outra o mesmo pó retorna às mio-paredes e o petrificam.
Hoje, neste testamento, pretendo a ele um herdeiro, porém minha humildade não clamaria por um ourives, tampouco escultores ultrassensíveis que enaltecem amores exagerados. Não os tive, mesmo que exagerados os sentissem. Petrificado e empoado, dôo-o às mãos de um escavador qualquer. Que este faça bom proveito e novos sulcos, que talvez sirvam para que neles cative-se algo ou alguém.
Como eu havia escrito, não há muito o que doar, já que deixei de viver e ambicionar o mundo das matérias. Aliás, não, totalmente deixados de lado, quero os meus cigarros. O tabaco, meu maior companheiro, deve estar comigo no momento em que de seu mundo eu fizer parte. Meu pulmão, pressinto, daqui das trevas, será mais belo e menos julgado.
De meu bem, o mundo já está cheio. Não sei se “doá-los” seria a palavra correta, já que me existem em abundância os pensamentos: deixo-os em bytes ou em folha; deixo-os em voz, em semblantes, em sorrisos e em algumas quase indecifráveis sensações; deixo-os vivo, enquanto deles jazo…
Submited by
Prosas :
- Se logue para poder enviar comentários
- 3369 leituras
other contents of Nyrleon
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Geral | Eu Poético | 2 | 952 | 01/22/2010 - 00:47 | Português | |
Poesia/Geral | Arquitetando | 2 | 763 | 01/19/2010 - 18:50 | Português | |
Poesia/Geral | Velhice | 2 | 720 | 01/19/2010 - 16:17 | Português | |
Poesia/Geral | O Galho | 4 | 760 | 01/18/2010 - 11:08 | Português | |
Poesia/Tristeza | Nunca Mais | 3 | 870 | 01/16/2010 - 22:33 | Português | |
Poesia/Geral | A Cimitarra | 4 | 1.422 | 01/16/2010 - 20:07 | Português | |
Poesia/Soneto | Do Que Dentro Está Cheio | 1 | 1.769 | 01/16/2010 - 03:14 | Português | |
Poesia/Soneto | Sexus | 3 | 1.119 | 01/15/2010 - 19:02 | Português | |
Poesia/Meditação | Voar Por Amar | 3 | 795 | 01/15/2010 - 16:26 | Português | |
Poesia/Geral | Brincar de Amor | 6 | 963 | 01/15/2010 - 00:49 | Português | |
Poesia/Soneto | Choro | 3 | 751 | 01/14/2010 - 21:23 | Português | |
Poesia/Soneto | Do Soneto Que Voa Liberto | 5 | 1.030 | 01/14/2010 - 02:58 | Português | |
Poesia/Paixão | A Tudo Tenho | 3 | 1.124 | 01/14/2010 - 02:43 | Português | |
Poesia/Soneto | Som dos Sinos | 2 | 809 | 01/13/2010 - 21:01 | Português | |
Poesia/Soneto | Incalculável | 3 | 572 | 01/13/2010 - 17:39 | Português | |
Poesia/Soneto | Desta Vez | 5 | 980 | 01/13/2010 - 15:49 | Português | |
Poesia/Desilusão | Último Verso | 4 | 948 | 01/12/2010 - 20:08 | Português | |
Poesia/Amor | Em Meu Céu | 2 | 972 | 01/11/2010 - 18:53 | Português | |
Poesia/Intervenção | Rasgando o Verbo | 1 | 967 | 01/11/2010 - 17:23 | Português | |
Poesia/Amor | O Amor Está No Ar | 5 | 671 | 01/11/2010 - 12:07 | Português | |
Poesia/Soneto | Teu Sorriso | 3 | 987 | 01/10/2010 - 03:30 | Português | |
Poesia/Soneto | Um Céu Que Não Foi Céu | 3 | 831 | 01/08/2010 - 20:01 | Português | |
Poesia/Soneto | Duas Vidas | 3 | 987 | 01/08/2010 - 19:59 | Português | |
Poesia/Soneto | Amor | 3 | 1.080 | 01/08/2010 - 19:57 | Português | |
Poesia/Desilusão | Vejo | 4 | 1.059 | 01/07/2010 - 14:32 | Português |
Add comment