Depois do Tejo

Não basta passar o Tejo
É preciso avistar um sobreiro
A primeira cal contrastando o ocre
Para que me sinta em casa

A terra, o trigo, a cortiça
Atravessam meus tantos poros
Irrigando meu sentir

No poial polido
Trocam-se histórias de infância
Sorrisos sinceros
E silêncios celestiais

Olha uma estrela cadente
Diz o pequeno

A vida sulca a tua tez escura
Desgasta o negro feltro em teu chapéu
Mas minh’alma em ti perdura
Meu simples mas pleno Alentejo

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Thursday, June 18, 2009 - 23:16

Poesia :

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Conchinha

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Comments

Hisalena's picture

Re: Depois do Tejo

Através das palavras é fácil imaginar a imagem...este poema é uma fotografia feita de palavras.
Palavras que expressam o sentimento,a nostalgia, a saudade e a ternura que se misturam na criação da essência do poeta.
Muito belo, sem dúvida.

Conchinha's picture

Re: Depois do Tejo p/Hisalena

Muito obrigado pelo comentário. Concordo com a tua opinião.
bj

jopeman's picture

Re: Depois do Tejo

Um poema acolhedor em timbre melancólico que nos faz desejar avistar um sobreiro
Gostei bastante sr ministro :-)
Abraço

Conchinha's picture

Re: Depois do Tejo p/jopeman

Eu desejo-o muitas vezes...

Abraço

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