Monólogo de um Vampiro

Sangue possante que corre nas veias,
Vertido e jorrado no chão da escada,
Embebido e salpicado nas minhas meias,
Vejo a tua cabeça tombada.

Sangue oculto do meu ser,
Petrificado de pecado,
Tiveste de então morrer,
Para ficares bem junto do meu lado.

Sangue vermelho e negro,
Com a sua beleza coagulada,
Com ele minha hora, festejo e alegro,
Minha eterna velhice congelada.

Sangue fonte de vida, dos demais espirituosa bebida...

Bebo daquilo que em ti corre,
Para matar minha selectiva àvida fome,
Nunca me saceio com quem morre,
Partilho sempre com quem isso tome.