A Flor de Papel
Quarenta semanas,
gravidez acabando,
sinais estranhos me incomodando.
Vejo estrelas piscando,
a vista ficando nublada.
Me sinto cansada,
desço as escadas,
embarco no carro,
dirijo apressada,
porque sei que as crianças
pela professora estão esperando.
Quando chego à escola,
já não enxergo quase nada,
pelas paredes vou me segurando.
Durante a aula percebo que a situação está piorando.
Aula acabada,
volto para casa.
No trânsito só observo,
vultos se movimentando.
Chego em casa ainda mais cansada,
a dor na cabeça me importunando.
No meio da tarde procuro pelo médico
e pelos sintomas ele percebe a pressão aumentando.
Diz que não há tempo a perder
e precisa tirar a criança,
senão a esperança de ver meu filho nascer,
irei perder.
Na maternidade percebo,
que há muito pouco a fazer.
Mesmo assim me alegro de ver tantas rosas
enfeitando as portas dos quartos,
onde mais um bebê acaba de nascer.
Imagino o meu quarto,
como deve ficar florido,
quando o meu bebê nos braços,estiver comigo.
Na sala de parto,
a cirurgia é arriscada.
Percebo a pressa com que o médico
os instrumentos pede à assistente trazer.
A anestesia é dolorida,
sinto a dor do corte que o médico acaba de fazer.
Depois o silêncio...
Não tenho coragem de perguntar como está o meu filho
que acaba de nascer.
Ouço uma voz distante me dizendo,
é uma menina, está tudo bem.
Salvamos a criança e você também!
No quarto percebo com mais clareza
como é pequena a minha princesa,
e quanto é linda aquela rosa azulada,
de papel desbotado que acabo de receber...
Débora Benvenuti
Hoje minha filha é essa gatinha linda,que eu amo mais que tudo!
Sem saber,Larissa tatuou uma rosa azulada,igual a que recebi quando ela nasceu.
LUAR DE OUTONO - http://deborabenvenuti13.blogspot.com.br
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 1150 reads
Add comment
other contents of deborabenvenuti
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | CHUVA DE ILUSÃO | 2 | 1.384 | 07/12/2010 - 10:32 | Portuguese | |
Poesia/Love | O HOMEM SEM ROSTO | 2 | 1.233 | 07/11/2010 - 23:02 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | VIDA QUE SEGUE | 2 | 1.673 | 07/11/2010 - 14:47 | Portuguese | |
Poesia/Love | ALÉM DO TEMPO | 1 | 1.074 | 07/10/2010 - 14:58 | Portuguese | |
Poesia/Love | SENTADA À BEIRA DE UM CAMINHO | 0 | 1.410 | 07/08/2010 - 02:01 | Portuguese | |
Poesia/Love | ANOITECER GELADO | 2 | 1.555 | 07/07/2010 - 12:09 | Portuguese | |
Poesia/Love | PRECISO DE UM SONHO | 1 | 1.659 | 07/06/2010 - 20:30 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | A SOMBRA E A SOLIDÃO | 0 | 2.056 | 07/06/2010 - 03:05 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | UM ANJO CAIU DO CÉU | 2 | 1.670 | 07/04/2010 - 13:24 | Portuguese | |
Poesia/Love | A SOLIDÃO PASSEIA NA CLAREIRA | 1 | 1.714 | 07/04/2010 - 02:48 | Portuguese | |
Poesia/Love | EU SOU O AMOR | 2 | 1.895 | 07/03/2010 - 23:10 | Portuguese | |
Poesia/Friendship | AMIGOS VIRTUAIS | 5 | 1.472 | 07/03/2010 - 14:43 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | LEMBRANÇAS DA MINHA INFÂNCIA | 2 | 1.198 | 07/03/2010 - 14:21 | Portuguese | |
Prosas/Others | OS MESMOS ERROS | 5 | 2.095 | 07/03/2010 - 02:50 | Portuguese | |
Poesia/Love | CHUVA DE ILUSÃO | 1 | 1.284 | 07/03/2010 - 00:12 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | A VOLTA DO CORAÇÃO | 0 | 1.688 | 07/01/2010 - 18:21 | Portuguese | |
Poesia/Love | ENQUANTO HÁ TEMPO | 1 | 1.066 | 06/30/2010 - 22:14 | Portuguese | |
Poesia/Love | PENSAMENTO INDISCRETO | 2 | 1.266 | 06/30/2010 - 21:26 | Portuguese | |
Poesia/Love | E SE NÃO FOR AMOR...? | 1 | 1.525 | 06/29/2010 - 19:07 | Portuguese | |
Poesia/Love | OS LÍRIOS DO CAMPO | 2 | 1.383 | 06/29/2010 - 15:48 | Portuguese | |
Poesia/Love | O RESTO É SILÊNCIO | 3 | 1.578 | 06/29/2010 - 15:44 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | IRRESISTÍVEL SEDUTOR | 1 | 1.214 | 06/28/2010 - 17:59 | Portuguese | |
Prosas/Contos | O DIVÓRCIO | 1 | 2.604 | 06/28/2010 - 00:53 | Portuguese | |
Poesia/Love | COMO UMA FOLHA AO VENTO | 2 | 1.556 | 06/26/2010 - 23:02 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | AS CORES DO MEU PRESENTE | 0 | 1.034 | 06/26/2010 - 15:39 | Portuguese |
Comments
Flor de Papel
Em um acontecimento tão aguardado, o mínimo que se pode esperar é ganhar uma flor da pessoa amada...Nem isso...
Abraço
http://colchaderetalhos13.blogspot.com.br
Flor de Papel
Que lindíssimo conto do nascer duma criança!!! Fiquei em "suspense" até ao fim do poema. Tarde..., mas sempre em tempo... PARABÉNS, Debora Benvenuti!