Amor cotidiano

Te quero
sincero,
feliz,
curado de tua cicatriz,
serei tua parceira,
ficarei contigo,
(mesmo que teu amor me esteja escondido).

Te quero agora,
pelo mundo-à-fora,,
Te quero peludo,
barbeado,
sujo ou lavado.

Te quero manhoso,
suado ou cheiroso,
molhado, seco,
recém chegado...

Te quero te ver passar
mal,
quando te invado no sofá,
durante o jornal.

Te quero,
te espero no fim do dia,
te jantar,
tu ser minha iguaria,
meu manjar,
meu rei,
em teu lar,
a aguçar o meu paladar.

Te quero, como te quero,
por isso só isso te espero( não muito )
vestida de indecência,
rosa,
meio sem paciência,
fogosa,
Devido,
graças aos hormônios,
(demônios
com nome de ciência,
me levam a razão a
falência)

Quero andar contigo
meu doce amor escondido,
na fartura, na fome,
no ar que se consome,
nas vezes em que sempre somes
(mas vais e voltas,
não mais me consomes).

Te quero inteiro e
terno,
verdadeiro e sem
inferno, meu lindo
passeio
interno.

Na praia,
o sol do meu dia,
no mundo, alegre,
harmonia.
No corpo,
minha alma vazia,
Na mente,
apenas voraz energia.

Te quero humano,
meu amor de
cotidiano.

Só não te quero
infeliz
nem insano,
nem eu te ser
somente,
mais uma infeliz
meretriz,
triste e gemente,
parecendo
que passa mal,
em nada original
pecado carnal,
gritando,
com o corpo pelado,
tu ausente ao meu lado...