Palavras enrugadas

Os meus olhos negros já não enxergam a realidade
Tornaram-me um homem trémulo
Sem força alguma para encarar esta verdade
Que me consome por completo num determinado século

A vida tornou-se um espelho!
Onde reflecte de maneira intensa o meu passado
As vezes me sinto um inocente fedelho
Do tempo completamente ultrapassado

Incondicionalmente estou distante da minha pessoa
Perdido nesse vosso espaço
Procurando ar respirável dentro de uma lagoa
Do meu sentimento invasor que me destrói em pedaços

E me reencontro em paredes de vidro
Que clarificam o meu viver
Deixando-me frustrado na dor que sinto
Tão nítida e impossível de esquecer