Morar em volta de meus passos

Tudo passa tão depressa
Que alma outrem nem pára
Pra chamar, ao passar p’la minha
Casa, estando eu morto pra vida

Toda, sem mostrar a ninguém
Quanto estava,quando estava…
Conquanto tudo passa, sem espera
E sem esperança pra um morto

Que espera toda’vida pela estranha
Qual chama de morte e vazia,
A chamava de vida, da sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não pára
A esta porta e nesta fraca figura
Em causa, tudo passa excepto
A guerra galgando este modesto corpo,

Modesta a honra que na minha alma
Molesto e a dum transeunte que passa
Por passar, por minha causa chora
Sem me conhecer morto vivo,

Vivo morto se nem em casa nessa
Vivo, mas onde tudo acha por bem
Passar por passar, estando eu noutra
Parte, na porta que me resta galgar

Como um muro, pra murar em volta
Dos meus passos por andar…

Joel Matos (11/2015
http://joel-matos.blogspot.com

(pintura atribuída a Adolf Hitler)

Submited by

Friday, March 2, 2018 - 17:35

Ministério da Poesia :

Your rating: None Average: 5 (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 18 weeks 5 hours ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Comments

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

a sorte Pouca como qualquer

a sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não pára
A esta porta e nesta fraca figura

Joel's picture

a sorte Pouca como qualquer

a sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não pára
A esta porta e nesta fraca figura

Joel's picture

a sorte Pouca como qualquer

a sorte
Pouca como qualquer outra

Sem causa, passa e não pára
A esta porta e nesta fraca figura

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Sombras no nevoeiro 0 3.865 02/16/2013 - 22:59 Portuguese
Poesia/General o dia em que o eu me largou 2 2.398 12/30/2011 - 13:24 Portuguese
Poesia/General ciclo encerrado 0 3.502 03/11/2011 - 23:29 Portuguese
Ministério da Poesia/General gosto 0 5.065 03/02/2011 - 16:29 Portuguese
Poesia/General A raiz do nada 0 2.795 02/03/2011 - 21:23 Portuguese
Poesia/General Tão íntimo como beber 1 1.995 02/01/2011 - 23:07 Portuguese
Poesia/General Gosto de coisas, poucas 0 4.210 01/28/2011 - 18:02 Portuguese
Poesia/General Luto 1 4.984 01/15/2011 - 21:33 Portuguese
Poesia/General Não mudo 0 3.481 01/13/2011 - 13:53 Portuguese
Prosas/Lembranças Cruz D'espinhos 0 10.456 01/13/2011 - 12:02 Portuguese
Prosas/Contos Núri'as Ring 0 5.668 01/13/2011 - 12:01 Portuguese
Poesia/Fantasy Roxxanne 0 4.866 01/13/2011 - 12:00 Portuguese
Poesia/General Oração a um Deus Anão 0 6.947 01/13/2011 - 11:58 Portuguese
Prosas/Saudade O-Homem-que-desenhava-sombrinhas-nas-estrelas 0 5.136 01/13/2011 - 11:57 Portuguese
Poesia/General O fim dos tempos 0 5.820 01/13/2011 - 11:52 Portuguese
Poesia/General Terra á vista 1 3.070 01/13/2011 - 02:13 Portuguese
Prosas/Lembranças sete dias de bicicleta pelo caminho de Santiago francês 0 10.718 01/13/2011 - 00:58 Portuguese
Poesia/General Não sei que vida a minha 1 2.112 01/12/2011 - 22:04 Portuguese
Poesia/General o céu da boca 0 5.551 01/12/2011 - 16:50 Portuguese
Poesia/General Dispenso-a 0 2.690 01/12/2011 - 16:38 Portuguese
Poesia/General estranho 0 5.555 01/12/2011 - 16:36 Portuguese
Poesia/General comun 0 6.211 01/12/2011 - 16:34 Portuguese
Poesia/General desencantos 0 2.725 01/12/2011 - 16:30 Portuguese
Poesia/General Solidão não se bebe 1 3.651 01/12/2011 - 03:11 Portuguese
Poesia/General Nem que 3 3.719 01/11/2011 - 11:39 Portuguese