Absurdo e Sem-Fim…

Absurdo e Sem-Fim…

Incompreendedor é o que sou, e a própria dor,
É a comissão do esforço, a grandeza é o sabor,
O produto não é definido por nós, a proposta
É outra forma de ideia que nos leva a pensar,

É a compreender que passamos pra’além, depois
Não há lá nem cá, nem de cá sou, nem estou lá,
Estou n’onde me penso, não por estar pensando,
Mas no que me leva o pensar, o que eu pensei

Anteontem, amanhã cedo, mera combinação
De pensamentos caminhando, dentro sombras,
Nem daqui nem d’além, d’mim tampouco são,
Em lado algum moro, artificial ou real mistura,

Não preciso saber disso, é da natureza e não
De mim que falo, da matéria que faz a ciência
Incestuosa, a relação entre uma raiz de luz cónica
E uma pedra, a tentação e o espírito, o sensível

Situa-se acolá do conhecimento pra que tudo
Flua e nem isso eu compreendo, nem o uso
De cuidar das sensações como se fosse papel-
-De-seda, assim falo naturalmente do que sou,

Um incompreendedor nato, acredito naquilo
Que creio, sem estar atento ao que pensam
As gotas de chuva ou as migalhas de pão que,
Com um gesto, atirei pela janela, aos pombos,

E amanhã estarei caminhando com a mesma
Roupa que vesti hoje mesmo, num percurso
Que não leva a lado nenhum, com semelhante
E natural pensamento, natural é o que eu sou,

Dedico-me à interpretação dos símbolos
Sob o signo, de “que mais vale não fazê-lo”
Com figuras que eu próprio crio num muro
Absurdo e sem fim… eu, que sou rochedo.

(É o que eu sou)

Joel Matos 11/2019
Http://joel-matos.blogspot.com

Submited by

Wednesday, January 8, 2020 - 11:17

Ministério da Poesia :

Your rating: None Average: 5 (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 9 weeks 4 days ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Comments

Joel's picture

Bom vos ver por aqui

Bom vos ver por aqui

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Sombras no nevoeiro 0 3.832 02/16/2013 - 22:59 Portuguese
Poesia/General o dia em que o eu me largou 2 2.087 12/30/2011 - 13:24 Portuguese
Poesia/General ciclo encerrado 0 3.427 03/11/2011 - 23:29 Portuguese
Ministério da Poesia/General gosto 0 4.641 03/02/2011 - 16:29 Portuguese
Poesia/General A raiz do nada 0 2.762 02/03/2011 - 21:23 Portuguese
Poesia/General Tão íntimo como beber 1 1.726 02/01/2011 - 23:07 Portuguese
Poesia/General Gosto de coisas, poucas 0 3.716 01/28/2011 - 18:02 Portuguese
Poesia/General Luto 1 4.667 01/15/2011 - 21:33 Portuguese
Poesia/General Não mudo 0 3.290 01/13/2011 - 13:53 Portuguese
Prosas/Lembranças Cruz D'espinhos 0 10.252 01/13/2011 - 12:02 Portuguese
Prosas/Contos Núri'as Ring 0 4.930 01/13/2011 - 12:01 Portuguese
Poesia/Fantasy Roxxanne 0 4.719 01/13/2011 - 12:00 Portuguese
Poesia/General Oração a um Deus Anão 0 6.785 01/13/2011 - 11:58 Portuguese
Prosas/Saudade O-Homem-que-desenhava-sombrinhas-nas-estrelas 0 4.645 01/13/2011 - 11:57 Portuguese
Poesia/General O fim dos tempos 0 5.417 01/13/2011 - 11:52 Portuguese
Poesia/General Terra á vista 1 2.763 01/13/2011 - 02:13 Portuguese
Prosas/Lembranças sete dias de bicicleta pelo caminho de Santiago francês 0 9.935 01/13/2011 - 00:58 Portuguese
Poesia/General Não sei que vida a minha 1 2.063 01/12/2011 - 22:04 Portuguese
Poesia/General o céu da boca 0 4.959 01/12/2011 - 16:50 Portuguese
Poesia/General Dispenso-a 0 2.658 01/12/2011 - 16:38 Portuguese
Poesia/General estranho 0 4.947 01/12/2011 - 16:36 Portuguese
Poesia/General comun 0 5.502 01/12/2011 - 16:34 Portuguese
Poesia/General desencantos 0 2.509 01/12/2011 - 16:30 Portuguese
Poesia/General Solidão não se bebe 1 3.541 01/12/2011 - 03:11 Portuguese
Poesia/General Nem que 3 3.368 01/11/2011 - 11:39 Portuguese