Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos

Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos,
Minha ilusão doada por videntes vários, sendo dois
Creio nas sensações que sinto, bora nem sinta
E ainda que estranhas estas, quais concorrem

Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,

A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos

Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,

Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio

Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer

Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor

Da mão destra …

Joel Matos ( Fevereiro 2022)

https://namastibet.wordpress.com

http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Friday, February 25, 2022 - 17:23

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 7 hours 24 min ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 43158

Comments

Joel's picture

Meu instinto é dado pelos

Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos,
Minha ilusão doada por videntes vários, sendo dois
Creio nas sensações que sinto, bora nem sinta
E ainda que estranhas estas, quais concorrem

Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,

A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos

Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,

Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio

Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer

Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor

Da mão destra …

Joel Matos ( Fevereiro 2022)

https://namastibet.wordpress.com

http://namastibetpoems.blogspot.com

Joel's picture

Meu instinto é dado pelos

Meu instinto é dado pelos dedos mindinhos,
Minha ilusão doada por videntes vários, sendo dois
Creio nas sensações que sinto, bora nem sinta
E ainda que estranhas estas, quais concorrem

Na minha pele fina como fosse vulgar tela,
íntima e tão próxima de mim, no cabelo colado
Ao corpo, nos cotovelos se finca, inda que dobrados
Sob mim próprio, sob a nuca em novelos,

A minha felicidade não é humana, fendida
Em proporções desiguais como uma cana,
É uma amálgama das coisas mais estranhas
Vendidas por um sinistro ser sem olhos

Numa sinistra ameia, pendente nas pontas
De seis dedos, magro oco meu tronco, comprado
A troco de nada ou por coisa pouca, colado
Em pedaços sou menos que uma pequena coisa,

Inumano por completo, duvido do que vejo
Ou conheço com vida própria, engano dos olhos
A paisagem é um letreiro sem graça, na vidraça
Baça da janela um mundo bafejado, visão do vazio

Onde qualquer coisa esvoaça, secreto espectro
Da descrença, a ânsia fria de não ter partido
Com receio de me perder no escuro, antes
Mesmo do despertar e do dia madurecer

Semelhante a outro ou como imagem num
Espelho, mal impressa e incoerente vista de fora
Pra dentro, indistinta e de estatura média,
Assim minha alma segreda ao instinto menor

Da mão destra …

Joel Matos ( Fevereiro 2022)

https://namastibet.wordpress.com

http://namastibetpoems.blogspot.com

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/Aphorism não tarde 0 8.190 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism fecha-me a sete chaves 0 7.269 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism inventar 0 10.467 11/19/2010 - 18:16 Portuguese
Ministério da Poesia/Dedicated professas 0 9.755 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism amor sen'destino 0 16.198 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism andorinhão 0 10.873 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism sentir mais 0 8.669 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism palabras 0 12.880 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism A matilha 0 10.350 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism ao fim e ao cabo 0 8.417 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism o bosque encoberto 0 9.464 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism nem teu rubor quero 0 8.206 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism em nome d'Ele 0 9.543 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Troia 0 10.069 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism desabafo 0 11.590 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Inquilino 0 15.007 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism Pietra 0 15.594 11/19/2010 - 18:13 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism não cesso 0 11.537 11/19/2010 - 18:13 Portuguese