A cidade à noitinha arroja a sua forja
A cidade à noitinha arroja a sua forja
E conforme as fases da lua
A cidade desfalece seu pisado corpo quase toda nua
Comportando ainda uma saia de variada sarja
Seleccionada conforme as estações
À noitinha a cidade prepara o seu festim
E desfila em cortejo a sua banda
E já ensaiada composta pelo instrumento das águas
Das ribeiras que correm para o mar, seu destino
E pelo coro das rãs, dos grilos e das cigarras
Que cantam sem desafinar a canção
Da liberdade
E conforme sopra o vento
Os escassos pássaros despertos
Assobiam admirados, no manto emudecido
À noitinha enquanto dorme a azáfama quotidiana
Pisadas intoxicadas larvas de fumo
Massas também adormecidas, maquinarias
À noitinha na cidade repousam.
Maria Luzia Fronteira
Funchal, 21 de Outubro de 2009
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Comments
Re: A cidade à noitinha arroja a sua forja
O TEMPO A FORJA O SEU PENSAMENTO E TUDO FAZ BARULHO NO CLÁSSICO TEMPO DE TUDO.
ARROJADO O SEU VERBO. GOSTEI ESSA CIDADE JÁ VIVI TALVEZ.
ABRAÇO
AMANDU
Re: A cidade à noitinha arroja a sua forja
Manuelaabreu!
A cidade à noitinha arroja a sua forja
À noitinha enquanto dorme a azáfama quotidiana
Pisadas intoxicadas larvas de fumo
Massas também adormecidas, maquinarias
À noitinha na cidade repousam.
Gostei muito!
MarneDulinski
Re: A cidade à noitinha arroja a sua forja
Manuela,
Muito bom! Gosto da forma como brincas com as plavras!
bj
Re: A cidade à noitinha arroja a sua forja
o anoitecer traduzido no retorno: o som da natureza. as máquinas repousam enquanto animais e ventos se aventuram: rãs, grilos e cigarras entoam liberdades. ainda que tardias, diriam alguns. belo desenvolvimento, Maria. Abraços, Pedro.
Re: A cidade à noitinha arroja a sua forja
Gostei bastante
Para alguns escassos pássaros despertos
Bjos
Re: A cidade à noitinha arroja a sua forja
Manuelaabreu;
Mais um belissimo pensamento, em concreto desafio..
Gostei