Brisa

UMA BRISA
A brisa da noite toca meu rosto, balança suavemente meus cabelos, me arrepia a pele e me enche de prazer.
Sinto uma saudade assim, conformada.
Uma calma assim, acostumada.
Digamos que fui adestrada para estes momentos, em que sozinha penso no que foi, no que é, e no que talvez, será.
Já sei o que fazer, como agir. Sem me rebelar, nem desesperar.
Sem me afligir, conto os dias que faltam para te ver.
Uma alegria infantil toma conta da mulher madura, me enche de ternura.
Fico sentindo esta brisa macia, penso em um novo dia, o sol fazendo folia.
Fácil eu vejo seu rosto. O contorno dos lábios, o olhar que me fere, o sorriso que me aquece.
Os braços que me abraçam, as mãos que me procuram, o desejo que me desfalece.
A brisa passeia, me envolve, deixa-me extasiada.
O tempo passa, Deus me abraça, apoiando-me na estrada.