POEMA DE BEIJOS
POEMA DE BEIJOS
Anseias que busque, pelas madrugadas
Estendidas ao vento em cordéis de roupa
Desejas que lute, na guerra sem espadas,
Mas nas tuas mãos, tão frágeis, fechadas
Morrem sufocadas, palavras sem boca.
Receias que solte esta vil mordaça
Na trama dos dias, nos doces venenos
Levei-te por dentro tão cheia de graça
Bebendo-te o vinho, lambendo-te a taça
A triste desgraça dos sonhos Essénios.
Teimosa persistes, num passo inseguro
Escólios fictícios em flores de papel
E furas o tempo num gesto imaturo
Tropeças nas milhas, escorregas no muro
E cais no futuro a que chamas cartel.
Porque não te pintas em tons de Medina
E soltas no beijo as flores de veludo?
Quero-te apenas tão lassa, tão minha
Nesse corpo garça, de areia tão fina
Tão doce menina, meu pouco meu tudo.
Queria-te altiva no céu das gaivotas
Prender-te no sangue, criar-te desejos
Amar-te por dentro, compondo-te notas
Erguer-te em troféu nas minhas derrotas
E rimar-te a vida num poema de beijos.
Regensburg
07-05-2010
Beija-flor
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 835 reads
other contents of beija-flor76
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Aphorism | ATRIZ PRINCIPAL | 8 | 398 | 05/04/2010 - 23:04 | Portuguese | |
Poesia/Love | EM TEU PEITO | 5 | 394 | 05/04/2010 - 22:55 | Portuguese |
Add comment