Maçã de Junho
Escreve sem nexo com a tontura dos analgésicos a fazer efeito. Procura as teclas numa lentidão enervante, nem dá conta dos erros. O corpo busca descanso. A alma busca paz. Nem é chamada de atenção, é vergonha de viver depois de tanta dor.
É o não saber ver para além de si própria, dos amigos que aguardam a sua chegada triunfante de uma fase menos boa. Tanta dor repetida, que apetece parar o corpo, deitar num banco de jardim ao relento, num jardim onde foi feliz na infância, Santa Catarina. Vai para lá em pensamento rebolar-se na relva, escuta as gargalhadas infantis, cristalinas, sorri aos jornalistas de "O Século", a menina das longas tranças, inocente e feliz. É a que anda de baloiço, de joelhos esfolados, que salta à corda, que brinca às cinco pedrinhas. De bata branca, espera a mãe, que nunca mais chega. Sou eu...Em memórias do início do fim.
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 1553 reads
Add comment
other contents of AnaMar
| Topic | Title | Replies | Views |
Last Post |
Language | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/Passion | Efémero | 5 | 646 | 09/17/2009 - 14:01 | Portuguese | |
| Poesia/Passion | Sex, NO Drugs and Rock'Roll | 1 | 1.155 | 09/16/2009 - 18:08 | Portuguese | |
| Poesia/General | IRIS | 3 | 1.046 | 09/16/2009 - 18:03 | Portuguese | |
| Prosas/Others | O vestido branco | 2 | 1.477 | 09/16/2009 - 00:03 | Portuguese |






Comments
Re: Maçã de Junho
Gostei do texto.
Abraço,
REF