CEIA

Morrem de fome. “Morrem de fome”? Não. A questão é que é: “morrem de fome”, não ingerem. Daí o porque deste “morrem de fome”. Modo de dizer: “Têm a barriga na miséria”, a sensação viscosa na boca que nada ingere.

Se ingerir os sapos valesse de algo, não seria apenas a ilustração da palavra para lhes explicar o fato. E explicar vale de que se no fim “morrem de fome”? se por fim “morrem de fome”. Mas se pôr fim depende do ingerir o que é tão complexo em torno do fato? E por que é constante a ingestão dos sapos?

Enquanto se requinta a idéia sobre o fato, a fome, o sapo, em folha que não se come, que sejam os mil diabos ou o além, a questão é imutável, na realidade imutável visto que na realidade, é imutável. E no inerte exercício da idéia: “morrem de fome”. E quantos mais neste curto espaço de incitação intelectual ou de florear banal de simples fato? Quanta pena.

E pena, de fato. E só. Pois basta a pena diante do prato, para inspirar a pena alimentada a roçar idéia no papel. E o prato está cheirando, e cheirando está ao contraponto da reflexão E reflexão para que, se não farta o estômago senão do vento? Se a boca não ingere além do sapo? E valor há em que ,se a própria vida em figura de bem maior se esvai em função dum fato “morrem de fome”, após tanto “doer a fome”?

E diante do prato, se ilustra o corriqueiro “morrem de fome”. E “dói a pena” em quem está diante dos farelos da ceia? Arrotando de barriga cheia?

Submited by

Friday, December 11, 2009 - 02:26

Prosas :

No votes yet

COBBETT

COBBETT's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 7 years 43 weeks ago
Joined: 11/04/2009
Posts:
Points: 287

Comments

Angelo's picture

Re: CEIA

Parabéns COBBETT pelo teu magnifico texto .
Um abraço amigo
A. Melo

Add comment

Login to post comments

other contents of COBBETT

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Prosas/Contos O TRABALHO, A NATUREZA, O CARRASCO E A SOLIDÃO 1 804 12/19/2009 - 17:15 Portuguese
Poesia/General Povo 3 586 12/17/2009 - 01:50 Portuguese
Poesia/General OURO 2 462 12/12/2009 - 23:49 Portuguese
Poesia/General Compreensível, pela graça de Deus 3 471 12/12/2009 - 17:44 Portuguese
Poesia/General NO MAIS 3 579 12/12/2009 - 12:38 Portuguese
Poesia/General CULTO 2 497 12/12/2009 - 04:25 Portuguese
Poesia/General ROJÃO* 3 496 12/12/2009 - 04:20 Portuguese
Poesia/General PREMISSA 4 568 12/11/2009 - 15:51 Portuguese
Poesia/General DIA E NOITE 6 508 12/11/2009 - 05:09 Portuguese
Poesia/General MURRO! 3 556 12/10/2009 - 23:20 Portuguese
Poesia/General ESTÔMAGO ÁCIDO 4 597 12/08/2009 - 05:15 Portuguese
Poesia/General ARTE DO BARRO 2 653 12/07/2009 - 03:59 Portuguese
Poesia/General NOITE SOBRE A PEDRA 3 475 12/06/2009 - 19:35 Portuguese
Poesia/General A MAN WITH NO FORTUNE AND WITH A NAME TO COME 2 548 12/06/2009 - 19:33 Portuguese
Poesia/General GRÃO E FRUTO 2 629 12/06/2009 - 01:06 Portuguese
Poesia/General EIS QUE CAMINHO 3 738 12/06/2009 - 01:02 Portuguese
Poesia/General GREGA 4 602 12/06/2009 - 00:51 Portuguese
Poesia/General ROSA 3 509 12/05/2009 - 01:58 Portuguese
Poesia/General OLIMPO 2 468 12/05/2009 - 01:12 Portuguese
Poesia/General A FORMA E A FÔRMA 2 498 12/05/2009 - 00:59 Portuguese
Poesia/General OS SENTIDOS 2 740 12/01/2009 - 03:33 Portuguese
Poesia/General PARA LONGE 2 486 12/01/2009 - 03:31 Portuguese
Prosas/Others GAROTA 1 744 11/27/2009 - 15:16 Portuguese
Prosas/Contos VINCENZO 1 772 11/27/2009 - 15:15 Portuguese
Poesia/General TERRA DAS RAZÕES 2 423 11/22/2009 - 23:50 Portuguese