A Jóia - Ato Segundo - Cena VII

Cena VII

O Joalheiro, só

- É barato;

mas o lucro imediato

é bem bom, graças a deus!

Daqui a dez dias talvez

a jóia não seja dela:

por cinco me há de vendê-la;

por sete a vendo outra vez.

(Desembrulha a caixa da jóia, que tira da algibeira, abre-a, e contempla-a com ar compassivo.)

Alvos brilhantes, peregrina jóia,

vou brevemente me ausentar de vós!

De vendedor não julgueis ser tramóia

este elogio que vos teço a sós!

Ninguém nos ouve nem nos vê; portanto

não é suspeito o cândido louvor.

Sinto nos olhos da saudade o pranto,

sinto no peito a languidez do amor!

Durante o tempo em que tu foste minha,

prenda formosa, prenda sem rival,

todos os dias à minh’alma vinha

lástima prévia... Adivinhava o mal!

Adivinhava enfeitarias breve

o corpo impuro que te apeteceu;

foi rara jóia de valor que teve

melhor destino que o destino teu.

Ai, se eu te visse envelhecida, gasta...

toda arranhada... não fazia mal...

Mas nas orelhas de uma esposa casta...

prenda formosa, prenda sem rival!

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Thursday, April 16, 2009 - 00:42

Poesia Consagrada :

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ArturdeAzevedo

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