A Jóia - Ato Terceiro - Cena III

Cena III

Carvalho, Gustavo

Gustavo (Entrando sem cerimônia, sem reparar em Carvalho, pela esquerda, segundo plano.)

- Valentina

(Vê Carvalho e tira o chapéu atrapalhado.)

- Perdão... perdão...

Carvalho - Quem é?

Gustavo - Senhor,

eu vinha procurar... o doutor... o doutor...

Carvalho - O senhor, ao entrar, exclamou: - Valentina!

Pois é quem mora aqui. Que quer dessa menina?

Gustavo - Não! Vossa Senhoria enganou-se...

Carvalho - Ora qual!

Ouvi distintamente o seu nome.

Gustavo - Ouviu mal.

Carvalho - Pior é essa! Ouvi - Valentina!

Gustavo - Eu procuro

o doutor... Perdigão...

Carvalho - Ai, mau!

Gustavo (À parte.) - Não acho furo!

(Alto.) Julguei que aqui morasse o Doutor Perdigão:

É Vossa Senhoria?

Carvalho - Ai, mau!

Gustavo (À parte.) - Que entalação!

Carvalho - Antes de entrar aqui, devia bater palmas!

Nesta população de quinhentas mil almas

só o senhor assim procede!

Gustavo - Mas, senhor,

eu vinha procurar o doutor...

Carvalho - Que doutor!

A senhora que aqui reside não é dessas...

Vá lá! Não continue! Sai-lhe o trunfo às avessas!

Gustavo - Pois bem, adeus; perdoe um desalmado!

Carvalho - Bem!

(Enquanto Gustavo sai por onde entrou.)

Aqui não se costuma a desmentir ninguém.

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Thursday, April 16, 2009 - 00:46

Poesia Consagrada :

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ArturdeAzevedo

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