CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
A Filha de Maria Angu– Ato primeiro - Cena VIII
Cena VIII
Sampaio, o Escrivão
Sampaio - Que é isto? Escândalos na via pública!...
Escrivão - Senhor Subdelegado, saiba Vossa Senhoria que aquele capadócio que deu as de vila Diogo é ele!
Sampaio - Ah! é ele? Mas ele quem, seu Escrivão?
Escrivão - Ele, o Ângelo Bitu, mais conhecido por Nhonhô Bitu.
Sampaio - O redator do Imparcial.
Escrivão - Tão certo como dois e três são trinta e dois às avessas.
Sampaio - Eu mandei-o soltar inda agorinha mesmo, e ele já aqui anda fazendo das suas?!
Escrivão - Em soltá-lo é que Vossa senhoria faz mal; para aquilo galés perpétuas por toda a vida e mais cinco anos!
Sampaio - Se aparecer de novo o pasquim, cadeia com ele!
Escrivão - Com o pasquim?
Sampaio - Com o Bitu, seu Escrivão! Você é um bolas!... Bem como com todo indivíduo ou indivídua que o ler em público!
Escrivão - As ordens de Vossa Senhoria serão cumpridas à risca. Mas eu achava melhor desterrar o tal Bitu.
Sampaio - Qual desterrar nem meio desterrar ! Você é um bolas, seu Escrivão! Por artes de berliques e berloques, o tal rabiscador veio ao conhecimento de meus amores com a Chiquinha Valsa... aquela rapariga da Corte, que parece francesa... aquela que foi passear à Europa à minha custa?...
Escrivão - Na verdade, só por artes de berloques e berliques...
Sampaio - E você compreende que, se aqui sabem de minhas relações com aquela mulher, vai tudo raso!
Escrivão - Se eu estivesse no lugar de Vossa Senhoria, bem pouco se me dava... Ora! um subdelegado!
Sampaio - Você é um bolas, seu Escrivão! pois não vê que sou chefe de família? Não tenho mulher, sou viúvo, mas adeus! aí estão três filhas solteiras... A propósito, seu Escrivão: recebi hoje notícias que a Chiquinha voltou da Europa. É preciso partirmos amanhã para a Corte. Vamos estabelecer de novo a banca, que há ano e meio me rendeu bem bom cobre. Você acompanha-me para evitar suspeitas, entende? E pode arranjar seu gancho, servindo de ficheiro...
Escrivão - As ordens de Vossa Senhoria serão cumpridas à risca.
Sampaio - O que pretendo fazer, antes de partir, é entender-me com o tal Bitu. Sei que é um troca-tintas, e não hesitará em quebrar a pena, mediante algumas pelegas.
Escrivão - Eu também estou convencido de que Vossa Senhoria alcançará mais com pelegas do que com a cadeia. (Vendo vir Bitu.) Olhe, a ocasião é excelente... ele aí vem..
Sampaio - Afaste-se, mas não vá para muito longe. Olhe que o cabra é capoeira! Quando eu gritar...
Escrivão - Cadeia com ele! As ordens de Vossa Senhoria serão cumpridas à risca. (Sai).
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 790 leituras
other contents of ArturdeAzevedo
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Soneto | Eterna Dor | 1 | 2.246 | 10/20/2020 - 20:06 | Português | |
![]() |
Fotos/ - | Artur de Azevedo | 0 | 2.014 | 11/24/2010 - 00:37 | Português |
Poesia Consagrada/Teatro | Amor por Anexins - Intodução | 0 | 2.285 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | Amor por Anexins - Cena I | 0 | 2.471 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | Amor por Anexins - Cena II | 0 | 2.521 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | Amor por Anexins - Cena III | 0 | 2.393 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | Amor por Anexins - Cena IV | 0 | 2.280 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | Amor por Anexins - Cena V | 0 | 2.411 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | Amor por Anexins - Cena VI | 0 | 2.086 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | Amor por Anexins - Cena VII | 0 | 2.341 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Segundo - Cena VI | 0 | 1.218 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Segundo - Cena VII | 0 | 1.193 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Segundo - Cena VIII | 0 | 1.740 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Segundo - Cena IX | 0 | 1.337 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena I | 0 | 2.007 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena II | 0 | 1.809 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena III | 0 | 2.022 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena IV | 0 | 1.960 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena V | 0 | 2.112 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena VI | 0 | 2.390 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena VII | 0 | 1.984 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena VIII | 0 | 2.032 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Terceiro - Cena IX | 0 | 1.743 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Primeiro - Cena II | 0 | 1.320 | 11/19/2010 - 16:53 | Português | |
Poesia Consagrada/Teatro | A Jóia - Ato Primeiro - Cena III | 0 | 1.292 | 11/19/2010 - 16:53 | Português |
Add comment