Os moinhos do norte

Uma grande engrenagem movimenta a terra
Uma imensa usina mantém acesa a luz do sol
As árvores terra micróbios ar água oceano peixes pássaros...
Somos todos nós engrenagens dentro duma grande caixa redutora
Para acoplar a engrenagem-terra.
O eixo é o universo.

Eu sou o dente quebrado em carbono e ferrugem,
Estou travado.
Dispenso os ideais, a filosofia dos loucos...
Atirei meu corpo em âncora ao oceano transbordado
Da taça do grande senhor,
Enquanto engolia a fio a carne do homem
Cuspindo os ossos para servir ao seu cão propenso e obeso.

Capturei o movimento pelo rabo e o amarrei
Na catapulta furiosa feita de pena de urubu.
Atirei-o contra as muralhas do estático.
Ventoinhas ventos ventania furacão...
Erupção centrífuga arrancando a pele dos corpos vivos
Numa ilha perdida na psique.

Estamos mortos e afogados num útero
Para nascermos sem escolha.

Submited by

Tuesday, December 15, 2009 - 21:00

Ministério da Poesia :

No votes yet

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 29 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Disillusion Cama sartriana 2 1.781 08/08/2009 - 01:53 Portuguese
Poesia/Intervention Ópium fumando Maio 4 1.171 08/05/2009 - 21:05 Portuguese
Poesia/Erotic À sorrelfa 3 1.357 08/05/2009 - 17:08 Portuguese
Poesia/Meditation Leitmotiv 1 1.714 08/05/2009 - 16:22 Portuguese