Os cortes de Lâmina

A faca que abre o miolo do pão
sobre ele manteiga lhe desliza.

Assim a poesia se espalha em papel
Lívida lâmina fria lhe alisa.

A faca que em pedaços a carne
divide, lhe serve para ceia.

Assim a poesia em versos corta-se
na folha servida apenas meia.

A faca que perfura intestino
habita seu interior precisa.

Assim a poesia fundo se aloja
no caderno finca-se concisa.

A faca que adentra sem licença
o corpo. Da sua veia sangue jorra.

Assim a poesia fere esta página
Corte certo que no branco borra.

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Monday, February 15, 2010 - 15:15

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sammacario

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