SENTADOS NO CHÃO

Deixem que me sente no chão
onde e quando quiser.
Não me peçam mais que isso.
Os incautos que fiquem em bico dos pés.
Eles sim,
podem e devem esgravatar
o pescoço num colarinho branco.
subir à torre do relógio para mudar a hora
da sua própria existência.

Marquem nas agendas,
publiquem na agenda cultural do burgo.
Nós os sentados no chão lá estaremos
para fazer a reportagem-cerebral
dos vossos actos.
Não sei se aplaudiremos,
duvido!
Isso, porque teremos as mãos ocupadas
a semear na terra que nos cerca
as muitas gravatas que vocês já não usam
porque saíram de moda
e os sapatos gastos
por tanta hora em bicos dos pés.
Tipo, funeral dos abrigados
da sorte-pequena,
dos infames saldos das opiniões alheias.
É verdade,
os sentados no chão até vos compreendem,
apenas não partilham convosco o mesmo caixão. Preferimos ser cremados
dentro de uma tasca com uma mini na mão.
Não sabem onde é?
Fácil!
Perguntem à vossa consciência
se a rua que leva ao amor passa por lá.
Deduzo que vão ter a resposta,
não tenho a certeza é se a vão ouvir.

Desculpem, dói-me a alma,
vou sentar-me no chão
e escrever um poema de paixão.
Talvez noutro dia nos voltemos a falar,
aí explicar-vos-ei o que isso é.

JFV

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Tuesday, March 9, 2010 - 15:04

Ministério da Poesia :

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