Lua solitária

LUA SOLITÁRIA
Á noite vai a lua vaidosa
Mirar-se no reflexo do rio
Bebendo do frio orvalho aromático da aurora
Passeando entre arvoredos frondescentes
Entre outeiros onde fala o vento
E a paz companheira mora
Estrelas da noite sonolenta
Cintilam serenas como a luz de vaga-lumes
Eis quando se lhes juntam pequenas nuvens
E algumas gotas caídas do céu
Beijam a terra mãe em queixumes como se dissessem
-Mãezinha, nós estamos de regresso para junto de ti.
Entretanto regressa a lua solitária
Que vai reflectir-se numa cruz ali perto erguida
Junto a uma antiquada ermida
As lágrimas do orvalho da madrugada
E as flores graciosas em silêncio
Derramam seu perfume sobre a lousa
Ali onde uma bela jovem repousa
Que em recato com elas habita
Conta uma lenda muito antiga que ela
Perecera ali ao ser por salteadores atacada
E um viajante errante então erguera
Essa cruz em memória da finada.
Onde a lua companheira há noite
Lhe faz uma visita.

Alex sullivan

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