O INFINITO APÓS CADA VÍRGULA
A poesia é um espólio vertido
em palavras que são como que gavetas da alma
qual formigueiro se prepare para o Inverno.
Onde a chuva é fingimento
que corre por um rio de charadas
cuja nascente é numa montanha-russa louca.
Um rio de correntes
remadas por todos os sentidos
cuja foz é um céu de destinos bravios.
Destinos baralhados
num corrupio de desejos
qual Olimpo fosse tomado pelos amantes.
Um Inverno
onde o frio é solidão cuja madrugada
é um lençol de urtigas na pele.
É um espólio manuscrito
diante os olhos que escondem o silêncio
ao calha nos recônditos imaginários do poeta.
Diante o ouvido
da mente cuja melodia é um deserto
onde se abriga o pensamento das fúrias
do mar de ser.
Diante os sonhos
quando o poeta inventa tempestades
qual palma lhe esbofeteasse as faces.
Bofetadas de água fria
para que ele acorde pisando o real chão do ego.
Manuscritos raptados á boca
cujas falas são parágrafos à espera
de algo qual morto espere o juízo final.
Fins diante o corpo
onde cada poro é uma cave
cujo mofo são gritos tolhidos por desespero.
A poesia é um momento
onde cada palavra é uma mão
que se estende muda.
Uma mão desnuda
que se deixa abrir pelo olhar
de quem a segura qual anzol pesque tubarões.
Um poema
é uma mala de viagem
pelos textos da vida onde o poeta
conclui a voz sobre o infinito após cada vírgula.
Vírgulas cuja curva
é uma lua de venenos qual maça
acinzentasse o paraíso de sementes pecadas.
Onde cada árvore
é um verso de serpentes
cujo rastejar são lágrimas de amor.
Onde cada sombra
é uma procura de caminhos em prosa
de um só caminho acrobata, a imortalidade.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 3061 reads
Add comment
other contents of Henrique
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditation | ENTRAR POR UMA SAÍDA | 3 | 2.385 | 04/23/2012 - 02:08 | Portuguese | |
Poesia/Love | RESPIRO A TUA VOZ | 6 | 2.374 | 04/23/2012 - 02:07 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | SILÊNCIO QUE VERTE DISTÂNCIA | 5 | 2.266 | 04/23/2012 - 02:06 | Portuguese | |
![]() |
Fotos/Nature | WOLF MOON | 2 | 3.187 | 04/23/2012 - 02:04 | Portuguese |
Prosas/Others | TRABALHO ÁRDUO DE TRABALHAR A VIDA | 2 | 5.521 | 04/23/2012 - 02:03 | Portuguese | |
Poesia/Love | PRIMAZIA DOS TEUS OLHOS | 7 | 7.637 | 04/23/2012 - 02:02 | Portuguese | |
Poesia/Love | RUBRICA DE SAUDADE | 4 | 1.261 | 04/23/2012 - 02:01 | Portuguese | |
Poesia/Love | SORRISO NOBRE | 2 | 1.767 | 04/23/2012 - 02:00 | Portuguese | |
Poesia/Love | PALAVRAS | 3 | 1.495 | 04/23/2012 - 01:58 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | ILUSÃO... | 4 | 4.251 | 04/23/2012 - 01:57 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | EMBRIAGADO DE TRISTEZA | 4 | 2.934 | 04/23/2012 - 01:56 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | CRIANÇA | 2 | 1.417 | 04/23/2012 - 01:53 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | QUERO MORRER MAS NÃO DE MORTE | 2 | 2.577 | 04/23/2012 - 01:52 | Portuguese | |
Poesia/Passion | IMORTALIDADE DO TEU FOGO | 3 | 1.734 | 04/23/2012 - 01:50 | Portuguese | |
Poesia/Joy | É PRIMAVERA | 4 | 1.508 | 04/23/2012 - 01:49 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | RELAXADAMENTE | 3 | 4.379 | 04/23/2012 - 01:48 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | AMANDO... | 2 | 8.877 | 04/23/2012 - 01:47 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | PUTA INSÓNIA | 2 | 1.190 | 04/23/2012 - 01:46 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | A VERDADE DA MENTIRA | 3 | 3.118 | 04/23/2012 - 01:45 | Portuguese | |
Poesia/Love | NADO ATÉ À TUA MARGEM | 4 | 1.860 | 04/23/2012 - 01:44 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | SOLIDÃO versus AMOR | 3 | 4.661 | 04/23/2012 - 01:43 | Portuguese | |
Poesia/Love | PARA NÃO MENTIR | 2 | 2.309 | 04/23/2012 - 01:42 | Portuguese | |
Poesia/Love | DIMENSÃO DE AMOR | 2 | 3.408 | 04/23/2012 - 01:40 | Portuguese | |
Poesia/Love | LOUCAMENTE TÃO MINHA | 2 | 4.193 | 04/23/2012 - 01:39 | Portuguese | |
Poesia/Passion | SABOR A NÓS | 3 | 1.398 | 04/23/2012 - 01:37 | Portuguese |
Comments
Onde cada sombra é uma
Onde cada sombra
é uma procura de caminhos em prosa
de um só caminho acrobata, a imortalidade.
Muito belo.
Cada caminho
um lugar fraseado
em esquinas versejantes
infinitos da poesia.
Um abraço.
Vitor.
Poesia, são momentos de
Poesia, são momentos de encantamento ou desencanto,
encontro e desencontro, alegria e tristeza, tudo o que sonhamos
e interpretamos com o coração, uma infinidade de palavras mágicas
que nos dão a conhecer momentos de extase, com ela parece-nos que nada nos falta.
Belo como sempre.
Do alto da montanha-russa da
Do alto da montanha-russa da vida, a vista é deslumbrante e até
é possível um mergulho. E já que a água está fria, mergulhemos
na poesia...
Comentário
Realmente, após uma virgula no escrito podemos ter o infito no emaranhados dos verso, uma bela meditação.