ESCADAS
Subi a escada que dá ao sótão
remexi nos cacos de gerações
que se partiram
ao atingirem a idade do escuro.
Não havia luz,
senti essas vidas pelo tacto,
senti que não se diferenciavam
da minha geração,
senti a omnipresença
de pais
avós
bisavós
no interruptor
que não acende
mas se sente
quando os genes ocultos
se revelam nas piores memórias.
Foi por isso
e por estar também
na idade do escuro
que a escada que dá ao sótão
deixou de respeitar gerações
e fez-me cair
sobre os meus próprios cacos
que deixo espalhados
pelos muitos degraus
que um dia chegarão a escadas
levando a próxima geração
a não tactear na vida!
JFV
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Monday, March 14, 2011 - 17:03
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Comments
Maravilhoso o teu poema que
Maravilhoso o teu poema que faz uma analogia entre escadas e a vida com os seus degraus,caminhos,repetições e a experiência transformada em sabedoria como uma nova forma de caminhar...
Gostei muito de ler-te!