Tolos

Como são tolos,
Os que tentam o poeta enganar,
O poeta tudo vê, tolos!
Ele só não quer falar,
Para não se comprometer,
Não quer se misturar,

Guardem as hipocrisias,
Somente para vocês,
Pois não tarda o dia,
Quando? Eu não sei,
Que tudo virará poesia,
Que até agora vivenciei,

Aí eu quero ver,
Quando você se deparar,
Com uma estrofe que revele você,
O que você fará?
A não ser se recolher,
Pois nada terá para falar,

Eu é que não queria,
Estar ai no seu lugar,
Deus me livre chegar um dia,
Em que eu não possa falar,
Se isso me acontece eu não terei a alegria,
Que tenho ao me expressar,

Esconda do poeta o dinheiro,
Que ele sobreviverá,
Tirem até o mês de fevereiro,
Que sem o carnaval ele também passará,
Só não o amordacem inteiro,
Por que isso ele não irá agüentar,

A esses tolos, juro que não os odeio,
Estou falando de coração,
Pois parte de tudo que escrevo,
São esses tolos que me dão,
Vindo de uma forma que eu nem percebo,
Em meio a um imenso clarão,

Como são tolos!