“ATÉ À PRÓXIMA” EM VÍRGULA SUSPEITA

Em desmaio,
o eco se veste de mim
para despir os abdómenes da lua.

Luar de curva sexy
que tropeça nas colinas nos meus olhos.

Berço de distâncias parasitas
que do sol sugam a eternidade ao meu peito.

O abraço como cardume desfeito a lume em pó.

Braço de um raio que me leva ao colo.

Vai lúcido o desenho do rio
que me banha o pulso da voz.

O silêncio que em nó me ata
aos ziguezagues reveladores do sono
das sementes lançadas aos meus ombros.

Fantasia,
ápice que posa numa palavra.

Ser… verbo que acasala
com os hálitos do meu papel.

Em branco de quietude
desamparada pela anca do tempo.

Momento amassado por pedras sem rosto.

Enevoada espera ensurdecida
pelo pescoço perfeito do infinito.

“Até à próxima” em vírgula suspeita.

Noite canibal do seu breu na minha boca.