ÉS TU OS SÓIS DO QUE QUERO TER-TE ...

O fogo nosso ser belo.

Através delas te falo as nossas essências,
com elas calo as nossas tristezas.

Nelas vou em voo até o teu âmago.

Ninho que as tuas mãos fazem
ao desfolharem as minhas folhas.

Os teus olhos completam
as entrelinhas dos meus poemas.

Nervuras que a nós pertencem loucas…

Canduras onde és a beleza das manhãs.

A ti cheguei como prado de Inverno.

Vazio e gelado, com fome da tua atenção.

De ti parto como jardins na Primavera.

Repleto de cores, de formas e mil perfumes.

Cheio de vida,
saciado pelos nossos sentires a dois.

És tu os Sóis do que quero ter-te.

Poeta de ninguém, propriedade tua.

És mar imenso onde sou gota,
pequena maré espraiada nos teus olhos.

É o teu olhar o colo do ser das minhas poesias.

O teu corpo o solo das fantasias
que semeio como luas no teu ler-me em nós.

É a tua alma a minha estrada eterna.