Aquele que não é de lugar nenhum

Aonde devemos procurá-lo?
Num acordar infalível de apologias títeres?
Cético do eclesiástico druídico
Silente confuso pousar paradoxal.

Cada momento revela uma partida
Cada partida escalpela certezas risíveis
Deixando omnipotências execráveis
Sangrando à beira da realidade vestida
De desilusão.

Pés desvelados objetam sua sede pelo
Não igual sentimento aguçado
De costurar nas idas
As vestes hiperbóreas de vontades.

O olhar desaparece no desespero sutil
Quando galga horizontes estrídulos
No longe saber do que será.

Inescrutável gênio nunca fincado,
Nem armado.

Suas pegadas expostas apenas por pensamentos
Deixam as marcas intocadas das botas solitárias
Entoadas atrás de suas costas,
E quais expressões ofegantes ou agudas podem
Discernirem-se disto?

Àquela hora não soara nenhum significado hospedeiro,
Mas sim, endosso de palavras jogadas ao vento
Em seu voo deixado para dúvida.

Fugiu do emparedamento sepulcro dos corpos
Alfinetados com peles chiantes recebidas
Por torrentes de palavras não aliciantes.

Vinoso hálito evapora por sobre multidões
Condimentadas como tão condimentadas
São as roupas crucificadas em varais estudados

Nuamente de espírito objetou seus seixos derruídos
De indesperançáveis lutas em seu miolo
Para esconder dos semblantes alveolares
Sua anatematizada ideia além dos dias deixados
& das manhãs e noites e horas e pessoas
Desaparecidas num olhar de soslaio.

Submited by

Jueves, Enero 28, 2010 - 23:36

Poesia :

Sin votos aún

Alcantra

Imagen de Alcantra
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 9 años 22 semanas
Integró: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Comentarios

Imagen de cecilia

Re: Aquele que não é de lugar nenhum

Alcantra,

É duro acordar um dia olhar de um lado para o outro procurando nos encaixar em um quadrante que não exergamos viver dentro dele mas ao decorrer de nossa caminhada nós o montamos, talvez apenas deixamos o tempo correr e de alguma forma empurramos a vida por que assim somente assim seria mais fácil, como se a correnteza nos levasse a lugar nenhum e neste dia acordamos com o frio a brotar na alma, a face espelha o medo do que projetamos e simplesmente chegamos a conclusão que não pertencemos a lugar algum.

Abç
Cecilia Iacona

Imagen de MarneDulinski

Re: Aquele que não é de lugar nenhum

UM BELO POEMA, GOSTEI!
Meus parabéns,
Marne

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Alcantra

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amor Soma de poemas 5 2.040 02/27/2018 - 12:09 Portuguese
Poesia/General Abismo em seu libré 0 2.261 12/04/2012 - 00:35 Portuguese
Poesia/General Condado vermelho 0 2.869 11/30/2012 - 22:57 Portuguese
Poesia/General Ois nos beijos 1 1.921 11/23/2012 - 11:08 Portuguese
Poesia/General Dores ao relento 0 2.231 11/13/2012 - 21:05 Portuguese
Poesia/General Memórias do norte 1 1.343 11/10/2012 - 19:03 Portuguese
Poesia/General De vez tez cromo que espeta 0 2.378 11/05/2012 - 15:01 Portuguese
Poesia/General Cacos de teus átomos 0 1.788 10/29/2012 - 10:47 Portuguese
Poesia/General Corcovas nas ruas 0 2.342 10/22/2012 - 11:58 Portuguese
Poesia/General Mademouselle 0 1.624 10/08/2012 - 15:56 Portuguese
Poesia/General Semblantes do ontem 0 1.704 10/04/2012 - 02:29 Portuguese
Poesia/General Extravio de si 0 2.231 09/25/2012 - 16:10 Portuguese
Poesia/General Soprosos Mitos 0 2.750 09/17/2012 - 22:54 Portuguese
Poesia/General La boheme 0 2.526 09/10/2012 - 15:51 Portuguese
Poesia/General Mar da virgindade 2 1.696 08/27/2012 - 16:26 Portuguese
Poesia/General Gatos-de-algália 0 2.435 07/30/2012 - 16:16 Portuguese
Poesia/General Vidas de vidro num sutil beijo sem lábios 2 1.788 07/23/2012 - 01:48 Portuguese
Poesia/General Vales do céu 0 1.551 07/10/2012 - 11:48 Portuguese
Poesia/General Ana acorda 1 2.128 06/28/2012 - 17:05 Portuguese
Poesia/General Prato das tardes de Bordô 0 1.932 06/19/2012 - 17:00 Portuguese
Poesia/General Um sonho que se despe pela noite 0 1.900 06/11/2012 - 14:11 Portuguese
Poesia/General Ave César! 0 2.605 05/29/2012 - 18:54 Portuguese
Poesia/General Rodapés de Basiléia 1 1.715 05/24/2012 - 03:29 Portuguese
Poesia/General As luzes falsas da noite 0 2.550 05/14/2012 - 02:08 Portuguese
Poesia/General Noites com Caína 0 1.791 04/24/2012 - 16:19 Portuguese