A Jóia - Ato Primeiro - Cena V
Cena V
Valentina, O Joalheiro
Valentina - Ah! é o senhor!
O Joalheiro (Abrindo a caixa, deixa ver um formoso par de bichas de brilhantes.)
- Ora veja!
Valentina - Vem aqui tentar-me, aposto!
O Joalheiro - Não tentei nunca, nem gosto
de tentar quem quer que seja.
(Entregando a jóia a Valentina que a examina.)
Venho mostrar-lhes uns brilhantes
como os Farâni não os tem;
Se os quer comprar, muito bem!
Se os não quer, passo adiante.
Não tento... não sei tentar...
Apenas lhos ofereço...
Nem sequer os encareço...
Isto é pegar, ou largar!
Veja bem que são granditos!
Sem jaça... veja... sem jaça...
Examine... veja... faça
O que quiser.
Valentina - São bonitos!
O Joalheiro - ‘Stou a vendê-los disposto:
se lhos vim mostrar agora,
é porque sei que a senhora
pode comprar, e tem gosto.
Não tento... tentar não vim...
Valentina (Fechando ao caixa.) - E baratinho mos vende?
O Joalheiro - Ora, a senhora compreende
que dois brilhantes assim...
de dez quilates!... É boa!
Valentina (Abrindo de novo a caixa.) - Dez quilates?
O Joalheiro - Está visto!
Valentina - Porém quanto valem?
O Joalheiro - Isto
não são brilhantes à toa!
Valentina - Bem vejo! Que tentação!
(Vai ao espelho e chega uma das bichas à orelha.)
O Joalheiro - Não são jóias de mascates,
brilhantes de dez quilates...
sem jaça... como estes são!...
Valentina - Mas o preço?
O Joalheiro - Ora, avalie...
A senhora os tem comprado...
Valentina (Descendo.) - Quatro contos!
O Joalheiro (Tomando a jóia.) - Obrigado!
Por favor não calunie
os meus brilhantes! (Mostrando-lhos.)Repare!
Cravados em dois anéis,
davam dez contos de réis!
Ambas as pedras compare:
são iguais... não vale a pena
separar...(Fecha a caixa.) Dou-lhe os marrecos...
Valentina - Por quanto?
O Joalheiro - Por seis contecos.
A diferença é pequena...
Valentina - Não tenho dinheiro agora;
leve os brilhantes. Adeus! (Vai sentar-se à direita.)
O Joalheiro - Ora por amor de Deus!
Que não mos pague a senhora,
mas algum...
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