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Crueldade

Prados verdes,
árvores de fruta
e cerejeiras em flor,
onde estou quedada
recordando a minha infância.

Recordo quando livremente corria,
enquanto metia os pés na terra húmida e quente.

Sorria.

Aquela terra à qual pertencia,
terra mãe em que me ajoelhava quando tu me batias.

Clamava,
“Pai não me bata mais, eu não fiz nada”.

Nunca fiz,
era apenas tua filha.

Olhas e sorris
mas sinto que não és feliz.

A maldade e descrença
fizeram de ti um ser repelente,
tens um coração que não ouves nem sentes.

Deixa que ele bata
ao sabor do amor,
que conheça esta minha dor.

Aprende a gostar de mim tanto,
tanto como eu pensei e senti
que um dia gostei de ti.

Queria tanto
chamar-te pai em tons de filha amada.

Meus lábios
não sabem dizer,
sentir ou fingir,
mas sabem beijar
para um dia quem sabe?

Poder contigo estar.

Submited by

terça-feira, abril 21, 2009 - 00:03

Poesia :

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mariamateus

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Comentários

imagem de Conchinha

Re: Crueldade

"apenas tua filha."

Como custa ler, escrever, dizer, ouvir, desenhar, enfim...estas palavras.

Às vezes é necessário descarregar emoção acumulada, como numa ligação à terra. Escrever um poema é uma boa forma de o fazer.
bjo

imagem de jopeman

Re: Crueldade

Cruel...um coração que não ouve nem sente, quando o desejo era apenas que ele "batesse" por amor
bjo

imagem de Henrique

Re: Crueldade

Prados verdes,
árvores de fruta
e cerejeiras em flor,
onde estou quedada
recordando a minha infância.

Recordo quando livremente corria,
enquanto metia os pés na terra húmida e quente.

Sorria.

Como a nossa memória é selectiva, espero que escolhas esta recordação da infância para seres uma adulta feliz como mereces!!!

Beijinho

imagem de Zezinho

Re: Crueldade

Alma e sensibilidade.
Profundo.

imagem de onovopoeta

Re: Crueldade

Aprende a gostar de mim tanto,
tanto como eu pensei e senti
que um dia gostei de ti.

seus versos são muito bons, um grande abraçossssss

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