CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Lanterna De Papel

Lanterna De Papel

Um dia morre o lento contar dos dias
Tão rápido que é o ver passar dos anos,
Substituídos por uma nostalgia em pressa.
Pernas velozes que romantizam danos
Cujos de um rigor mortis eu fazia promessa.

O ar do costume torna-se estático demais para respirar
E os fósforos sem fôlego gastos demais para iluminar.
Permanece a luz ao fundo da noite, o passado ao cair da estrada,
Pois um lugar só dura o tempo que no vazio fazes procriar,
Até que a neve escale para cima da tinta e apague qualquer morada.

Juras, que o cenário muda e, com ele, a volúpia de conduzir para trás.
Devotado, crias, inconsciente, uma avenida de mosaicos de antologia.
Claquete, outra vez, paisagem diferente para servir um igual pathos.
Ah, minha válvula de escape de procrastinar o cumprir da cronologia!
Perco-me, eu, marasmo por não deglutir o estigma dos meus actos.
Sou um vaivém que hesita em vir e reverte a ordem da escadaria!

Na sobrelotada cidade do raciocínio, um puxar de cordas no hall de entrada.
Aí, dilema eterno: o vácuo de hoje versus o vácuo de ontem,
Porque o melhor simultâneo dos dois mundos é utopia nublada
E amar-te agora é odiar-te quando eras outro farol.
Então, (declamo que) arrisco, desistir de habitar esta terra de desperdício
E trepo heras até uma torre de marfim hóspede de um bifurcante Sol.
No cume, anseio, eu, arranha-céus que filtra estações e o errante solstício.

Um dia adiar o véu do que já foi é uma ampulheta de areia fixa
E sabes, que somente uma avalanche de desejo dinamita casas antigas
E que a paixão por Junho em Setembro é saída de emergência,
É uma Via Láctea que observas de telescópio estando parte dela em ti,
Um único planeta habitável, de nome Presente, só pedindo convivência.
Acorda alarme! Oscula os segundos no homónimo de estar aqui!

Um dia a distância não o é e sobes para lá de um edifício ambulante.
Tu, o teu próprio lar, nas tuas mãos mais que um abrir e fechar de portas.
És a vela fonte de vida e pronto-socorro do teu peito lanterna de papel!
O feixe luminoso que trava a força de atrito que fatalmente transportas.
Tu, câmara escura que aprisiona o retrovisor nas masmorras tétricas de um túnel,
Na tua batida, a harmonia de apagar incêndios, mantendo o arder da chama
E de travar inundações, garantindo o fluir do rio, tu, dínamo que gere o drama!
Descansa, conformismo, são paredes imaginárias que não destronam o teu anel...

Ouvi dizer, início do capítulo de uma geração e eu a brincar com rastos,
Um milhão de coisas e atributos para ser e, por penitência, tabula rasa!
Mas ficas, omnipotente ritual antagonista de escapismo a que dou claridade!
E ainda que pêndulo e contraditório, sei, as verdades que o instante traz na asa:
-Das mesmas perguntas, mesmas respostas, mesma identidade, mesma realidade;
-Um comboio levar-me-á ao local onde estou, se não alterar o meu curso primeiro;
-Em mim, uma síndrome de Peter Pan reside, um querer ter à inocência imortalidade;
-Em breve, ou o rapaz que abandona as origens ou o idoso que regressa, não inteiro...

“Um dia” é este e cinco dedos de doze meses o anúncio de um jogo irreversível.
Novos amigos, já velhos desconhecidos que permanecem em efeito phi!
Empatias a prazo que persistem no ruído do ruir dos antros da retina!
Fortalezas de outros reinos que fecham os portões do que com elas vivi!
E é o meu turno de escrever em giz preto num quadro negro tudo o que termina.
Escrever, só para acender em despedida o candeeiro de tudo o que jamais esqueci...

(27-09-2012)

Submited by

sábado, outubro 6, 2012 - 15:16

Poesia :

Your rating: None (3 votes)

Fran Silveira

imagem de Fran Silveira
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 2 anos 45 semanas
Membro desde: 09/29/2012
Conteúdos:
Pontos: 152

Comentários

imagem de Samanthalves

Parabéns! Tens uma escrita

Parabéns! Tens uma escrita fantástica e o que escreves é extremamente fantástico! :D

imagem de jb99

Escreves muito bem parabens

Escreves muito bem parabens

imagem de bastos

poema

O teu poema é excelente.Obrigado

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Fran Silveira

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Pensamentos Como Voltar Um Lugar A Mim? 0 1.018 12/28/2018 - 21:00 Português
Poesia/Meditação Horror Ao Vazio 0 1.065 05/08/2018 - 05:18 Português
Poesia/Comédia Super-Pouco (Dêem-me Um Pouco De Atenção, Por Favor, Se Faz Favor) 0 1.362 03/14/2017 - 23:07 Português
Poesia/Paixão Adoração 0 1.214 02/25/2017 - 12:48 Português
Poesia/Pensamentos (Turquesa '98) 0 905 12/29/2016 - 07:09 Português
Poesia/Fantasia Avelãs & Libélulas 1 813 12/08/2016 - 13:53 Português
Poesia/Amor Ganchos 0 880 10/26/2015 - 03:13 Português
Poesia/Fantasia (En)Canto Do Cisne Laranja 0 1.170 11/23/2013 - 02:57 Português
Poesia/Paixão 14 0 1.159 11/11/2013 - 01:12 Português
Poesia/Paixão Quimono Circunflexo 0 1.086 11/01/2013 - 03:28 Português
Prosas/Pensamentos Espiral 0 1.090 08/16/2013 - 01:44 Português
Prosas/Pensamentos Ecrã 0 1.011 08/15/2013 - 20:42 Português
Poesia/Fantasia Alba Atroz / Panda Crónico 0 1.063 07/31/2013 - 23:50 Português
Prosas/Pensamentos Transcorrer 0 1.082 02/11/2013 - 00:31 Português
Prosas/Outros Manifesto Depurista 0 873 02/09/2013 - 17:29 Português
Poesia/Pensamentos Memento Mori 0 986 11/29/2012 - 04:25 Português
Poesia/Pensamentos Rosa Em Azul 0 934 10/28/2012 - 20:22 Português
Poesia/Pensamentos Lanterna De Papel 3 1.014 10/15/2012 - 22:41 Português
Poesia/Pensamentos Anos De Chocolate 1 951 10/06/2012 - 16:17 Português
Poesia/Pensamentos Palavra Puxa Silêncio 0 807 10/06/2012 - 15:13 Português
Poesia/Fantasia Última Noite Na Ponte Dos Sonhos 0 938 10/04/2012 - 14:57 Português
Poesia/Paixão Reacção À Química 0 909 10/04/2012 - 14:54 Português
Poesia/Desilusão Enfado-me Deste Fado / Epopeia Do Fracasso 0 1.129 10/04/2012 - 14:44 Português
Poesia/Tristeza Catalisa Dor 0 903 10/01/2012 - 01:52 Português
Poesia/Pensamentos 1993-2008; 2011-? 0 1.198 10/01/2012 - 01:50 Português