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Destino Improvável - Capítulo V – O Divórcio

Depois de almoço, era preciso começar a entrar em acção e telefonar ao advogado. Alex ajudou-a a arrumar a cozinha e depois sentaram-se ambos no sofá, enquanto ela fazia a ligação.
“Dr. Patrício? Boa tarde, fala Manuela Chaves. Deduzo que aguardava a minha chamada.”
“Sim, Dª Manuela, Recebi instruções para ter tudo preparado quando me ligasse. Quando poderia deslocar-se ao meu escritório?”
“A minha disponibilidade é total, neste momento. Pode dizer dia e hora. Agora de tarde, se for necessário!”
Está óptimo, por mim! Fico então a aguardá-la. Ainda se recorda onde é o meu escritório, não?”
“Sim, com certeza. Estaremos aí às 14 horas.”
“Estaremos...?”, perguntou o advogado, pensando que ela levaria também um advogado.
“Eu e o Alex, filho de Tony.”
“Ah... bom!”, respondeu aliviado. A hipótese de que ela se faria acompanhar de um colega seu estava a fazê-lo antever atritos desnecessários. “Fico à vossa espera! Até logo.”
“Até logo, Dr. Patrício!”
A reunião com o advogado estava a decorrer dentro da normalidade. O mais formal possível, mas sem se mostrar intransigente. Quando este passou a ler a proposta, os problemas começaram a vir à superfície. Tony tinha proposto ficar com a casa de Málaga e Manuela com a de Portugal, entre outras divisões com que ela não concordava, mas que não eram tão importantes como a primeira.
“Dr. Patrício, penso que o meu pai fez as partilhas a pensar que Manuela iria ficar sozinha...”, interrompeu Alex.
“Sim, com certeza, Alex!”, respondeu o advogado.
“ Sendo assim, vamos ter que elaborar uma contra-proposta.”
“Não há tempo para isso, Alex...”
“Dr. Alexandre, por favor. E esta senhora que se encontra a meu lado é a Drª Manuela. Somos licenciados, tal como o senhor. Ou prefere que o trate por Patrício... ou Pat?”
“Desculpe, doutor...”
“Para além disso, a Drª Manuela não assina o divórcio sem que as coisas fiquem proporcionalmente divididas.”
“Refere-se às casas? Eu posso telefonar-lhe...”
“Refiro-me às jóias e ao carro também!”
“Mas as jóias foram compradas pelo Dr. António...”
“O meu pai não é doutor, mas isso não é importante. Já que lhe vai telefonar, pergunte-lhe onde está o dinheiro que ele gastou no jogo e nas prostitutas que ele conheceu durante o casamento. Falta mencionar esse valor na proposta...”
“Querem cá voltar amanhã? Entretanto já devo ter falado com ele e, se for o caso, redigida uma nova proposta.
Não é necessário esperarmos até amanhã...”, disse Alex, pegando no seu telemóvel e marcando o número do pai. “Fale com ele agora mesmo!”
“Desculpe, colega, Drª Manuela, mas as conversas com o meu cliente são tidas na maior das confidencialidades.”
“Compreendo...”, respondeu e levantou-se, pegando na mão de Manuela, para que esta se levantasse também. “Pode acrescentar mais uma coisa: se continuar assim, vai ter o divórcio muito mais tarde do que esperava! A Drª Manuela tem tempo e o processo seguirá para litigioso. Ficamos a aguardar notícias. Tenha um bom resto de tarde... se possível...”
“Sabes o que acabaste de fazer, Alex?”, perguntou-lhe Manuela, assim que saíram do escritório, sorrindo pela impertinência dele perante o advogado do pai.
“Por acaso, tu não estavas com ideias de aceitar aquela proposta, pois não?”
“Ouve Alex, nós somos três! Ele só está a fazer a partilha entre mim e ele. Não...”
“Mesmo assim, a proposta não é justa. Vem comigo, a esta hora, a Ordem dos Advogados ainda está aberta ao público. Vou inscrever-me. Acabo de me auto-nomear teu advogado... aceitas?”
Manuela puxou-lhe a mão e beijou-o nos lábios. “Isto responde à tua pergunta?”
Alex enlaçou-a pela cintura e beijou-a com mais intensidade. “Agora sim, já tenho a confirmação!”
Ela repetiu o seu anterior gesto e beijou-o mais uma vez, com mais intensidade ainda. “Não quero que fiquem dúvidas!” Ambos seguiram sorrindo, de mãos dadas, como dois adolescentes.
Chegaram à Ordem dos Advogados. Alex tratou de tudo e foi-lhe entregue o documento necessário para que ele pudesse exercer advocacia a partir daquele momento.
“Ainda bem que o dr. Patrício não se opôs a que eu falasse por ti. Só a partir de agora é que eu o poderia fazer.”, explicou-lhe, sorrindo, com uma expressão marota.
Foram para casa. Assim que abriram a porta, o telemóvel de Manuela tocou. Ela atendeu e o advogado identificou-se do outro lado da linha.
“Só um momento, Dr. Patrício, vou passar a chamada ao meu advogado, Dr. Alexandre”, disse isto e passou o telemóvel a Alex. “Atende...”
“Sim, Dr. Patrício, já tem novidades?”
“Dr. Alexandre, falei com o meu cliente e ele exigiu-me que tratasse de tudo directamente com a Drª Manuela. Não quer o filho a interceder neste processo.”
“Dr. Patrício, ou melhor, colega doutor, mentalize-se e ao seu cliente de que não haverá nada tratado directamente com a Drª Manuela. Eu fui nomeado advogado dela.”
“Mas o colega não exerce...”
“O colega tem fax?”
“Sim...”
“Posso mandar-lhe agora mesmo, por fax, o comprovativo de como posso exercer, bem como a procuração referente à minha representação da Drª Manuela Chaves. Pode dizer ao seu cliente que o filho dele vai tratar de todo o processo de divórcio da sua futura ex-madrasta. Confuso demais para si?”
“Não Dr. Alexandre. Quer tomar nota do número?”
O advogado deu-lhe o número e ele prometeu que, dentro de poucos minutos, teria as cópias dos documentos em sua posse.
“Voltarei a telefonar-lhe ainda hoje.”
“Não o faça muito tarde, por favor! Ontem fiz uma viagem muito longa e ainda não descansei o suficiente. Quero deitar-me cedo. Até logo, colega!”, desligou e dirigiu-se a Manuela. “Drª Manuela, vai ter que assinar uma procuração agora mesmo!
“Sim, Dr. Alexandre, pode começar a redigi-la.”, respondeu ela, ainda rindo pela forma como Alex falou com o advogado. “Tu surpreendes-me a cada dia que passa, meu amor!”
“Pela positiva, espero eu...”
“Claro que é pela positiva!”
“Foi só para confirmar”, riu-se e beijou-a. “Tens selos fiscais?”
“Não, mas posso ir à Pay-shop, acho que eles vendem disso.”
“Não demores, querida. Não te esqueças que és o ar que eu respiro!”
Ela voltou para trás, lançou-se ao pescoço dele e beijou-o apaixonadamente.
“Também já não posso viver sem ti, meu doce. Amo-te!”
“Também te amo muito, Manuela. Não imaginas como me fizeste vibrar ao dizer que me amas! Mais e mais feliz a cada dia que passo contigo. Vem rápido, por favor!”
“Vou e venho no mesmo pé!”
Quando Manuela voltou com os valores fiscais, Alex já estava a terminar de redigir a procuração. Ela assinou, ele também, identificando-se como seu representante neste processo e enviou-a por fax para o advogado, juntamente com o documento emitido pela Ordem dos Advogados, que lhe permitia exercer.
“Querida, achas que fiz mal em dizer que não tinhas pressa em relação ao divórcio?”
“Não, meu amor. É claro que queremos que isto se resolva o mais rápido possível...”
“Queremos?”
“Sim, queremos: tu e eu! Mas um bocadinho de bluff nunca fez mal a ninguém e tu revelaste-te um excelente negociador!”
“E tu, uma excelente companheira, mas isso, eu já sabia há muito tempo. O meu pai não te soube dar o valor que realmente tens e vai senti-lo muito em breve!

* * *

“Estou... Tony, daqui Patrício. As notícias não são animadoras...”
“Diga lá de uma vez, homem! De há uns tempo para cá tenho vindo a habituar-me às más notícias...”
“Acabei agora mesmo de receber por fax documentos que comprovam que o seu filho pode exercer e foi nomeado para representar a sua esposa...”
“A Manuela já não é minha esposa!”
“Oficialmente, será até ao momento em que sair o divórcio, mas...”
“Mas...?”
“Ela não concorda com a sua proposta de partilha e diz que não tem pressa: se não houver acordo, irão para litigioso.”
“Litigioso???”, gritou Tony. “Ela é louca, sabe perfeitamente que não posso ir para litigioso, por causa da minha imagem. Está a querer vingar-se. O que é que ela contra-propõe?”
“A casa de Portugal ficaria para si e a de Málaga ficaria para ela.
“A casa de Málaga vale muito mais!”
“Eles falaram em jóias, carro e em dinheiro que, supostamente, foi gasto no jogo e em prostitutas... da forma como o dr. Alexandre falou, parece-me que têm provas.
“Provas, provas...”
“Quer arriscar?”
“Não, não vou arriscar, mas eles que não pensem que me dobram assim! Peça a contra-proposta por escrito e envie-ma!”
“Vou telefonar-lhe. Assim que a tiver nas minhas mãos, seguirá por email.

* * *

“Dr. Alexandre, boa noite, espero não ter ligado muito tarde...”
“Boa noite, dr. Patrício. Já tem novidades?”
“Sim, o senhor seu pai quer receber uma contra-proposta para renegociar.”
“Amanhã de manhã terá a contra-proposta por escrito na sua máquina de fax. Informou o senhor meu pai de que, se não a aceitar, a Drª Manuela seguirá com o processo para litigioso?”
“Sim, informei...”
“Ainda bem! Até amanhã, colega.”
“Até amanhã. Cumprimentos à Drª Manuela.”
“Serão entregues.”
“Obrigada.”, respondeu o advogado, mas já Alex tinha desligado a chamada. Esta tinha sido atendida quando ambos se encontravam no quarto de Alex e Manuela assistia a tudo, atentamente, sentada na cama, ao lado dele. Quando ele terminou, pôs-lhe um braço a envolver-lhe os ombros e puxou-a para trás, ficando os dois deitados na cama, na transversal; cingindo-lhe a cintura com o outro braço, disse-lhe:
“Querida, tratamos da contra-proposta amanhã de manhã. Agora quero ficar assim, bem junto a ti... estás presa, em nome da lei!”, riu-se e beijou-a. “Ficas comigo esta noite?”
“Isso é pergunta que se faça?”, perguntou-lhe ela, sorrindo. “Nunca mais vais ver-te livre de mim!”
Ele puxou-lhe a alça da camisola, fazendo-a descer para o braço; fez o mesmo à outra e, assim, começaram a despir-se, acariciando-se mutuamente, preparando-se para mais um momento em que os seus corpos se fundiam numa loucura intensa.
Na manhã seguinte, Alex acordou sentindo os lábios de Manuela acariciando os seus. Ainda de olhos fechados, correspondeu, de forma a tornar o beijo intenso. Quando, finalmente, se separaram, ela falou:
“Meu amor, se pudesse ficava a beijar-te eternamente. Levas-me às estrelas!”
“Então vamos os dois pela Via Láctea para não mais voltar!”
“Mas, primeiro, vamos tomar o pequeno-almoço.”, respondeu ela, apontando para um tabuleiro, pousado num banco aos pés da cama.
Quando acabaram, Manuela brincou mais uma vez com Alex. Sentia-se feliz com ele e estava positiva em relação ao que a esperava – o processo de divórcio.
“Querido, tens um bocadinho de geleia nos lábios. Posso limpar ou vamos tratar da contra-proposta?”
“Ahhh... temos tempo! Limpa, por favor...”
Manuela voltou a aproximar os seus lábios dos dele, lambeu a geleia e continuaram para mais um beijo e amaram-se mais uma vez.
Pelo facto de Alex ser já adolescente quando Manuela casou com o seu pai, ele recordava-se perfeitamente dos bens que foram adquiridos a partir dessa data e isso ajudou imenso na discriminação dos mesmos e, apesar de Manuela ter comentado que só deveria ter uma terça parte dos bens, ele teimou em que a divisão fosse feita a duas partes para ela.
“O que é meu é teu também, meu amor. Na proposta, será mencionada a cedência da minha parte a teu favor. Não ajudaria nada ele saber agora que vamos ficar juntos…”
“Eu sei querido, mas assim que isto terminar, vamos tratar de pôr parte dos bens em teu nome...”
“Não há necessidade disso, não sejas assim! Eu confio em ti plenamente: sei que nunca me prejudicarias.”
“Não achas que ele vai desconfiar?”
“Meu doce, o meu pai tem pressa em obter o divórcio, devido aos negócios dele; não lhe interessa um litígio, pois a sua imagem no mercado que domina, sairia denegrida. Para além disso, esqueces-te que ele se separou de ti porque te aliaste a mim? É natural que eu abdique dos meus bens a teu favor. Ele pode ser teimoso que nem um burro, mas tem inteligência para deduzir que a casa de Málaga vai ser partilhada entre nós!”
“Tens razão, meu amor.”
Assim que a contra-proposta ficou pronta, enviaram-na por fax para o escritório do advogado de Tony. Em seguida, Alex telefonou.
“Escritório do Dr. Patrício Torres, bom dia, fala a Luísa. Em que posso ajudá-lo?”
“Bom dia, Dª Luísa, fala Alexandre, advogado da Drª Manuela Chaves. Desejo falar com o Dr. Patrício.”
“Ele não se encontra no escritório, neste momento. Quer deixar mensagem? Posso deduzir que tem a ver com o fax que acabou de enviar... Tenho-o nas minhas mãos. Assim que o doutor chegar, ser-lhe-á entregue, mas se quiser acrescentar algo, estou ao seu dispor.”
“Dª Luísa, o colega está à espera desse fax. Queira, por favor, comunicar-lhe que já o recebeu. Pode ser que ele lhe dê instruções específicas em relação ao mesmo.”
“Com certeza! A esta hora, ele está incomunicável, pois acaba de entrar para um julgamento, mas vou deixar-lhe mensagem escrita no telemóvel. Assim que ele puder, entrará em contacto comigo.”
“Dª Luísa, seria abuso da minha parte, pedir-lhe o favor de me avisar assim que o colega lhe dê instruções em relação a isto?”
“De maneira nenhuma, Dr. Alexandre! Assim que eu souber algo, entrarei em contacto com o senhor.”
“Muito obrigado, Dª Luísa. Fico então a aguardar uma chamada sua. Bom dia e até logo!”
“Até logo, doutor, tenha um bom dia e transmita os meus cumprimentos à Drª Manuela.”
“Serão entregues. Mais uma vez, obrigada pela sua atenção!”
Quando desligou, Alex olhou para Manuela com uma expressão atónita.
“Ora bolas, querida, parece que o meu colega soube seleccionar muito bem a profissional para o assessorar. Uma educação e um profissionalismo irrepreensível!”
“Acho que foi uma questão de sorte, meu querido. Pelo que sei, foi através de conhecimentos que ela foi admitida para trabalhar com ele.”
“Pena é o facto de o meu pai ter pedido confidencialidade extrema. Se pudesse ser ela a fazer a preparação e o contacto, teríamos aqui uma óptima negociadora.”
“Não tenhas pena! Acho que a falta de capacidade de negociação do Dr. Patrício nos vai ajudar mais do que, alguma vez, a eficiência da sua assessora. Ela parece-me ser uma pessoa extremamente segura e não se deixaria influenciar pela simpatia de uma terceira parte.”
“Humm... Talvez tenhas razão... deve ser mais fácil fazer bluff com o meu colega...”
“Claro que sim!”, respondeu Manuela. Sorriu, beijou-o nos lábios e continuou: “Vou preparar o almoço.”
“Já, querida? Ainda agora acabamos o pequeno...”
“Almoçamos cedo. Se não houver notícias, vamos instalar-nos no escritório dele até que ele apareça.”
“Não acho boa ideia... recordas-te, nós não temos pressa...”
Ela ficou a olhar para ele e depois sorriu outra vez.
“Então vamos passear! Ainda estou de férias e tu és um profissional liberal... ao meu serviço!”
“Aí já concordo plenamente contigo, meu amor, mas ouve... Não é arriscado andarmos por aí a namorar em público? A não ser que o façamos como dois bons amigos...”
“Era uma boa ideia...”, respondeu Manuela, apenas para ver a reacção de Alex. Depois, exclamou: “Nem penses que vamos andar às escondidas! Quem não quiser que não veja! Eu tenho muito orgulho no que existe entre nós e não vou esconder isso!”
Alex abraçou-a e beijou-a com paixão. Tinha a plena consciência de que o conhecimento da relação entre os dois, por parte de pessoas conhecidas do seu pai, podia prejudicá-la no processo de divórcio e ela sabia-o muito bem, mas arriscava-se a abdicar dos benefícios só para estar com ele. Todos os dias, tinha provas do amor dela por si e amava-a cada vez mais.
Quando ela entrou no quarto, já preparada, ele viu que a sua roupa era a mais desportiva possível.
“Vamos correr, querida?”, perguntou-lhe, olhando-se ao espelho, pois tinha-se vestido adequadamente, para o caso de serem chamados ao escritório do advogado.
“Como tua cliente, autorizo-te a vestir algo mais confortável!”
“E se ele nos chamar?”
“Lamento, doutor, mas só poderemos ir ao seu escritório amanhã...”, respondeu ela, imitando uma chamada telefónica.
Seguindo a brincadeira, Alex disse: “Com certeza, Drª Manuela, aguardo-a amanhã de tarde, fazendo-se acompanhar do seu representante e da contra-proposta original, faço questão!”
Riram-se com vontade. Já há muito tempo que não se sentiam felizes como nestes últimos dias e a felicidade fazia com que Manuela parecesse ainda mais nova do que realmente era e Alex com um aspecto muito mais saudável. Aqueles dias em Málaga tinham dado um tom bronzeado à sua pele, mas o rubor que lhe aflorava a face era provocado pelo bem-estar que sentia na companhia de Manuela. Esta fez passar a sua mão pela face dele, sentindo o quão macia era. Tinha uma barba ainda jovem que, por não ser escanhoada com frequência, ainda não tinha a dureza de um homem da sua idade. Depois cobriu-o de beijos: nas faces, na testa, no nariz, no queixo e, por fim, nos lábios, enquanto ele sorria feliz e tentava corresponder-lhe os beijos.
Saíram de mão dada e com um sorriso nos lábios e nos olhos. Foram até ao passeio marítimo de Leça, deambulando por lá. Fizeram carícias a um casal de cães da raça “Labrador” que passeavam com os donos. Falaram com estes, perguntando se faziam criação. Após uma resposta afirmativa, trocaram meios de contacto, para que, assim que nascesse uma ninhada, fossem chamados para escolher uma das crias.
Tinham acabado de se despedir deste casal quando o telemóvel de Alex tocou. Era de um número privado. Atendeu e ouviu a voz de Luísa:
“Dr. Alexandre, peço desculpa não ter ligado antes. Falei agora com o Dr. Patrício que saiu da sala de julgamento para um pequeno intervalo. Ele vai continuar por lá, mas deu-me instruções para dar andamento ao processo. Telefonei ao seu pai, informando-o sobre a recepção da contra-proposta e ele pediu-me para a enviar por e-mail. Acabei agora mesmo de o fazer... Por isso, ainda não tenho nenhuma resposta. Mas quis telefonar-lhe para o pôr ao corrente do ponto da situação.”
“Obrigado, Dª Luísa. A sua eficiência é irrepreensível. Ficamos então a aguardar notícias do desenvolvimento...”
“Com certeza, Dr. Alexandre! Assim que souber de algo, voltarei a entrar em contacto com o doutor.”
“Mais uma vez, obrigada..:”
“Ora essa, é o meu trabalho! Tenho instruções para dar prioridade ao vosso processo. Até logo mais!”
“Até logo, Dª Luísa!” e desligou. “Manuela, o meu pai acabou, agora mesmo, de receber a contra-proposta. Será que devemos esperar uma chamada dele?”
“Não creio, meu amor. Tu conhece-lo ainda melhor do que eu, deves saber que o orgulho dele não lhe permite sair do já estipulado.”
“Tens razão...”

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segunda-feira, maio 25, 2009 - 22:16

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