Sexta-feira, 12 de Maio de 2006

Depois de me despedir de todos os que se encontravam no bar, fui para casa. Desta vez, mais do que nunca, achei uma ideia inteligente ter ficado com o primeiro andar. “Não me imaginava a subir para o segundo andar, neste estado” – pensei. Quando cheguei ao quarto, tirei a roupa para ir tomar um duche relaxante. Ao baixar-me para apanhar a roupa do chão, senti que uma dor me trespassava desde a barriga até aos rins. Deixei a roupa onde estava e endireitei-me lentamente, respirando fundo, mas no momento em que o tentei fazer, fiquei com suores frios. Decidi, então, sentar-me lentamente na cama, para me deitar em seguida. Contudo, a posição de deitada tornou-se insuportável pelos movimentos dos gémeos. Calmamente, coloquei as almofadas do Alex por cima das minhas, encostadas à cabeceira da cama e fiquei assim recostada. Os movimentos acalmaram um pouco e eu fechei os olhos, depois de ter visto as horas: eram dez e meia. Acho que conseguir adormecer e sonhar com algo, mas o sonho tornou-se agitado e eu acordei com mais uma dor aguda, ainda mais forte que a primeira. Tentei relaxar, com pensamentos felizes. Não valia a pena preocupar o Alex – não lhe ia ligar só por causa de umas dores... Voltei a fechar os olhos, mas desta vez, não consegui dormir, muito menos sonhar. Massagei o meu ventre levemente para tentar acalmá-los. Não entendia o porquê de tanta agitação. Sabia que estava no fim do tempo, mas o médico ainda me dava mais uma semana antes do parto.