Biografia: Giuseppe Ghiaroni (1919-1998), poeta, jornalista mineiro.

Giuseppe Artidoro Ghiaroni

Nesses tempos atribulados e globalizados, será que ainda sobra tempo para falarmos de poesia? Qual foi a última vez que você leu uma bela poesia, deliciando-se com seus versos? Existem uns doidinhos – no bom sentido, claro – que ainda insistem em escrever, ler, falar e divulgar poesia nessa era em que abundam – literalmente – as personalidades instantâneas, insípidas, criadas por essa praga chamada reality show.

Saudade de gente como o poeta Dias Monteiro, que transbordava poesia. Ah, meu velho e bom “Seu João”, como a gente o chamava na redação do jornal “A Tribuna”, que falta você faz com seus poemas e suas trovas.

Saudade do velho e bom Ghiaroni, um dos maiores poetas deste país que não cultiva seus grandes valores. Domingo, dia 21 de fevereiro, faz dois anos que ele nos deixou. Meses antes de sua passagem nós conversamos pelo telefone. Ele estava morando em Volta Redonda, interior do Rio de Janeiro. Sempre encantando com seu poetar, eu pensava em me encontrar com ele, pois tinha um projeto de escrever sua biografia. Mas o tempo voraz levou o poeta, mas felizmente fica sua poesia.

Giuseppe Ghiaroni era mineiro de Paraíba do Sul, onde nasceu em 22 de fevereiro de 1919. Faleceu no Rio de Janeiro em 21 de fevereiro de 1998. De origem humilde, em sua juventude Ghiaroni foi aprendiz de ferreiro, ajudante de cozinha e office-boy.

Ao mudar-se para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhou como redator do “Suplemento Literário” e no jornal “A Noite”, de onde passou para a Rádio Nacional (ambas as empresas ficavam no mesmo edifício, na Praça Mauá, centro do Rio) onde consagrou-se como cronista daquela emissora, onde fez de tudo, inclusive foi autor de muitas de suas famosas novelas. Seus poemas lidos na Rádio Nacional entraram para a história do Brasil! Ghiaroni foi ainda contratado da Rede Globo. Entre outros trabalhos, assessorou Chico Anysio na “Escolinha do Professor Raimundo”.

Dentre suas obras publicadas e mais conhecidas, ressaltam-se “O Dia da Existência”, seu primeiro livro, de 1941, “A Graça de Deus”, de 1945 e a “Canção do Vagabundo”, de 1948. Em 1997 publicou sua última obra, “A Máquina de Escrever”, obra lançada inclusive no Programa do Jô!
 

Um dos seus poemas mais conhecidos, “Pontos de vista”, musicado por Erasmo Carlos, foi um grande sucesso (“Na minha infância, quando eu me excedia, / quando eu fazia alguma coisa errada, / se alguém ralhava, minha mãe dizia: / -Ele é criança, não entende nada!”).

Fonte: http://vozdovaleonline.com.br.nrserver10.net/blog/?p=1816

Submited by

Monday, August 22, 2011 - 12:34
No votes yet

AjAraujo

AjAraujo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 7 years 15 weeks ago
Joined: 10/29/2009
Posts:
Points: 15584

Add comment

Login to post comments

other contents of AjAraujo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Dedicated A charrete-cegonha levava os rebentos para casa 0 3.731 07/08/2012 - 22:46 Portuguese
Poesia/Meditation A dor na cor da vida 0 1.632 07/08/2012 - 22:46 Portuguese
Poesia/Dedicated Os Catadores e o Viajante do Tempo 1 31.198 07/08/2012 - 00:18 Portuguese
Poesia/Joy A busca da beleza d´alma 2 5.550 07/02/2012 - 01:20 Portuguese
Poesia/Dedicated Amigos verdadeiros 2 6.745 07/02/2012 - 01:14 Portuguese
Poesia/Meditation Por que a guerra, se há tanta terra? 5 5.215 07/01/2012 - 17:35 Portuguese
Poesia/Intervention Verbo Vida 3 7.575 07/01/2012 - 14:07 Portuguese
Poesia/Meditation Que venha a esperança 2 9.515 07/01/2012 - 14:04 Portuguese
Poesia/Intervention Neste Mundo..., de "Poemas Ocultistas" (Fernando Pessoa) 0 4.622 07/01/2012 - 13:34 Portuguese
Poesia/Intervention Do Eterno Erro, de "Poemas Ocultistas" (Fernando Pessoa) 0 9.662 07/01/2012 - 13:34 Portuguese
Poesia/Intervention O Segredo da Busca, de "Poemas Ocultistas" (Fernando Pessoa) 0 3.788 07/01/2012 - 13:34 Portuguese
Poesia/Dedicated Canções sem Palavras - III 0 6.378 06/30/2012 - 22:24 Portuguese
Poesia/Intervention Seja Feliz! 0 5.796 06/30/2012 - 22:14 Portuguese
Poesia/Meditation Tempo sem Tempo (Mario Benedetti) 1 4.894 06/25/2012 - 22:04 Portuguese
Poesia/Dedicated Uma Mulher Nua No Escuro 0 7.019 06/25/2012 - 13:19 Portuguese
Poesia/Love Todavia (Mario Benedetti) 0 4.853 06/25/2012 - 13:19 Portuguese
Poesia/Intervention E Você? (Charles Bukowski) 0 5.177 06/24/2012 - 13:40 Portuguese
Poesia/Aphorism Se nega a dizer não (Charles Bukowski) 0 5.995 06/24/2012 - 13:37 Portuguese
Poesia/Aphorism Sua Melhor Arte (Charles Bukowski) 0 3.799 06/24/2012 - 13:33 Portuguese
Poesia/Sadness Não pode ser um sim... 1 5.981 06/22/2012 - 15:16 Portuguese
Poesia/Aphorism Era a Memória Ardente a Inclinar-se (Walter Benjamin) 1 4.580 06/21/2012 - 17:29 Portuguese
Poesia/Friendship A Mão que a Seu Amigo Hesita em Dar-se (Walter Benjamin) 0 5.174 06/21/2012 - 00:45 Portuguese
Poesia/Aphorism Vibra o Passado em Tudo o que Palpita (Walter Benjamin) 0 7.691 06/21/2012 - 00:45 Portuguese
Poesia/Aphorism O Terço 0 3.520 06/20/2012 - 00:26 Portuguese
Poesia/Disillusion De sombras e mentiras 0 0 06/20/2012 - 00:23 Portuguese