A Serra

Isolada da tarde que se replicava em noite, afligi-me pelo futuro dos sonhos afagos… Delicada foi a mão e quase invisível, daquela serra escarpada, que quebrou quase por completo um Homem, terminantemente real e simulado, numa concordância reeditada, de repulsão, que o tempo humilhou, como se de um raio de luz se trata-se, perante tanto padecimento malévolo e ardente.
Derramei lágrimas, num pranto erudito, esperei e ansiei pelo adeus da agrura… Na ilusão de uma possibilidade marginal, orei com veemência, a um Deus que não reconheço.
A privação efectiva demoliu-me, e numa manhã de resignação o evento sobrenatural sucedeu de forma cristalina à imundice daquela inóspita serra.

Ano 1996
Blondie

(Dedicada ao meu irmão que quase perdeu a vida num acidente de automóvel nesse ano)

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Sunday, August 28, 2011 - 16:23

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