Cemitério dos Prazeres
Chama-se Valentina descrente
Descendente dos emires nómadas
Por tanto posar nas esquinas
Já não tinha condição ou pátria.
Podia chamar-se Maria ou outro nome de Mulher
Chamar-se noite inteira
Atirada a um homem qualquer
Com congestões de mãos
Penetradas no seu silêncio
Com a boca desgrenhada à cor
Voltada à lua cheia
Escrevia cartas plenas de amor.
E, sabia soltar o canto
Do seu abandono
A sombra longa
Do seu breve corpo de menina.
Perguntava tantas vezes
Sem resposta alguma:
“ quando for grande vou saber o que é o amor?”
Mas, chamavam-lhe “ puta”
E, muitos outros nomes também
Dado aos íntimos arquivos
Tensões
Pressões
De estilizados hábitos
Ou demandas sociais.
Tenho encontrado gente
Restos fragmentados
Trechos de “ bom-tom”
Spirials brancos
Ou ave-marias
Que me perguntam quem ela é
Apenas respondo o que sei:
“ Repousa no cemitério dos prazeres”
E agora?? Tens algo a dizer-me?
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Comments
Re: Cemitério dos Prazeres
Em todo o ser humano se pode encontrar ternura - é o que deste poema retiro numa 1ª leitura.
Mais uma vez, bom.
bjs
Re: Cemitério dos Prazeres
Chamar-se noite inteira
Atirada a um homem qualquer
Maria Treva este poema está sensacional1
Esta é uma verdade que todos sabemos que existe!!
beijo 8-)
Re: Cemitério dos Prazeres
É triste, mas assim acontece na vida, realmente as pessoas esquecem dos sentimentos, das dores e dos sofrimentos, chorei quando li e quando tornei a ler... Quem é ela? apenas uma alma que chora em silencio e busca um dia encontrar e conhecer o verdadeiro amor...
Trevas como nos encanta com seu dom, uma linda escrita que toca findo a nossa alma...
Amei como sempre..
Bjs amiga...
Re: Cemitério dos Prazeres
Tudo se resume a hábitos estilizados na sombra longa.
:-)
Re: Cemitério dos Prazeres
Ainda sentes uma lagrima a querer cair quando estás a reler estes versos...?
Fico com a impressão que não falas só da tua dor... mas no entanto eu sou o genero de pessoa que conhece intimamente a possibilidade de ser muita gente num mesmo corpo... de renascer... de reviver...
Pergunto se ainda choras, porque vejo lagrimas nestas letras, podem ser da minha imaginação... podem ter sido dos teus olhos... de qualquer maneira, os mais lindos poemas, quando são escritos em papel, têm letras borradas e apagadas, pela àgua salgada...
Beijo...
(do teu pequenino vício)
Re: Cemitério dos Prazeres
que graça voce tem muita sensibilidade.E eu sou o Zezinho...Beijos,querida!