NUNCA
Ouço como nunca
ouvi
a minha culpa.
Masco o silêncio como nunca
me
degustei.
Olho como nunca
me vi
por de trás dos olhos.
Faço-me desfeito.
Procuro-me como nunca
me
ilustrei.
Encontro-me contra mim.
Vendo-me como nunca
me
comprei.
Entendo como nunca
me
percebi.
Assumo
a
minha
responsabilidade.
Uso-me hábil como nunca
me
habilitei habitar-me.
Ser vadio como nunca
fui
boémio.
Estar contente como nunca
fui
alegre.
Caminhar ruas
que nunca
pisei.
Dar as voltas
que as horas dão
num milénio.
Só para me
ouvir…
E me agir sempre
como nunca.
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Comments
Extraordinário
Extraordinário jogo com os verbos, ora em aliteração, ora em antítete...
Depois, aquilo que já sabes: o uso desconcertante do léxico em sentidos e lugares frásicos.
A tua poesia é arte pela arte...
Bjinho, amigo Henrique :)
(Já sabes que não tenho tempo para comentar os poemas...)
Espetacular, Henrique, esta
Espetacular, Henrique, esta tua
introspeção em forma
de poema,
:-)
Decifraste pela poesia, em completa meditação,
Decifraste pela poesia, em completa meditação, ousando despir,
o fato humano, que te veste. Perfeito... sempre um prazer inovador ler-te.
Abraço bem forte, deste teu amigo!
Jorge Humberto