Óperas, guia para inciantes - Parte VI - A Ópera francesa.

Porém, não obstante a sua tentativa de se desvincular de sua irmã, ela deve a um italiano (Giovanni Battista Lulli – Florença – 1632-1687) o seu inicio.
Cantando no idioma francês com o nome de Jean Batiste Lully, foi ele quem que a iniciou em 1672 e a monopolizou por um largo período.
Os disciplinados e fluentes “Recitativos” e “Aberturas”, bem como os célebres “intermezzi”, que criou formaram um rígido padrão que só ruiu um século depois, graças às reformas introduzidas pelo gênio de Gluck.
Todavia, mesmo reformada, a Ópera francesa continuou a apresentar alguns elementos de sua origem itálica, tais como os interlúdios de balé e uma suntuosa cenografia, suportada por complexa maquinaria teatral. Além disse, não deixou de ser influenciada pelo “Bel Canto” de Rossini e doutros compositores italianos.
Por outro lado, insistindo em criar um espaço próprio, seus autores, compositores, cantores, cenógrafos etc. criaram, com efeito, inúmeras variações bem sucedidas, como é o caso, por exemplo, da “Ópera Comique (ver quadro sinótico)”, cuja característica principal é o fato de possuir diálogos falados ao invés de cantados; como, aliás, pode ser observado na mundialmente famosa Ópera “Carmem”, composta por Georges Bizet, onde tal característica é presente, assim como a exuberância dos elementos cênicos e melódicos.
Esse tipo de Ópera em que o “Libretto (ver quadro sinótico)” vincula-se diretamente com a Literatura atingiu o seu ápice entre os anos de 1770 a 1880, chegando, então, a servir como modelo para o estilo alemão chamado de “Singspiel”.
Para vários outros estudiosos, ela também foi a inspiração para a chamada “Operetta”, com a qual apresenta algumas semelhanças de conteúdo e de tema.
Noutro extremo, apresentou os elementos da chamada “Grande Ópera”, como nos casos de “Guillaume Tell” de Rossini, em 1829; e de “Robert le Diable” de Meyerbeer, em 1831. Nessas ocasiões, Paris presenciou a exibição de verdadeiras superproduções com deslumbrantes e luxuosos cenários, grandes Corais (ou Coros), orquestras sinfônicas inteiras, balés magníficos e um grande elenco de cantores, bailarinos etc.
Dessa forma, e mesmo sendo considerada inferior à italiana, a Ópera francesa consolidou-se e ainda hoje é uma manifestação cultural que contribui vigorosamente para que a França continue a ser o “farol do mundo”.
§§§
Falaremos na sequência da Ópera alemã, que mesmo sem ter o prestígio de suas irmãs, constitui-se em uma expressão artística de elevado valor.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Verão de 2015.
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 4447 reads
other contents of fabiovillela
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Vagos | 0 | 3.190 | 08/21/2014 - 22:37 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte XI - A Ética baseada na Sabedoria | 0 | 5.680 | 08/20/2014 - 16:07 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte XI - A Ética baseada no Saber | 0 | 5.224 | 08/19/2014 - 16:33 | Portuguese | |
Poesia/Love | Habitas | 0 | 5.366 | 08/18/2014 - 14:41 | Portuguese | |
Prosas/Others | Pobres velhos... Tristes tempos... | 0 | 6.320 | 08/16/2014 - 22:32 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | A dor de Cesária | 0 | 2.066 | 08/16/2014 - 01:38 | Portuguese | |
Poesia/Love | As Histórias | 0 | 6.520 | 08/14/2014 - 16:54 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte X - Matéria e Mente | 0 | 4.920 | 08/14/2014 - 16:46 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Ana e Flávia | 0 | 2.013 | 08/13/2014 - 15:50 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte IX - Deus e a Natureza | 0 | 4.504 | 08/12/2014 - 23:51 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Os Pais | 0 | 3.198 | 08/10/2014 - 14:53 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte VIII - A Ética - Livro III, IV e V - A Moral Geométrica | 0 | 5.904 | 08/10/2014 - 03:06 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte VIII - Livro II (Da Mente) o Homem | 0 | 1.628 | 08/08/2014 - 15:41 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte VI - A Ética - Preâmbulo e Livro I | 0 | 4.786 | 08/07/2014 - 15:13 | Portuguese | |
Poesia/General | Saguão | 0 | 3.296 | 08/05/2014 - 16:35 | Portuguese | |
Prosas/Others | Jorge Luis Borges - O OUTRO - Resenha | 0 | 7.441 | 08/05/2014 - 15:40 | Portuguese | |
Poesia/Love | Demiurgo | 0 | 3.882 | 08/03/2014 - 16:43 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte VI - O Progresso do Intelecto | 0 | 3.754 | 08/02/2014 - 22:06 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte V - Tratado sobre a Religião e o Estado | 0 | 7.100 | 08/01/2014 - 16:42 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte IV - após a expulsão | 0 | 7.467 | 07/30/2014 - 14:42 | Portuguese | |
Poesia/Love | Cristais | 0 | 3.268 | 07/29/2014 - 01:44 | Portuguese | |
Poesia/General | Temporal | 0 | 5.463 | 07/26/2014 - 21:24 | Portuguese | |
Poesia/General | Livres | 0 | 3.966 | 07/26/2014 - 01:05 | Portuguese | |
Poesia/Love | Habitastes | 1 | 2.915 | 07/25/2014 - 23:49 | Portuguese | |
Prosas/Others | Spinoza e o Panteísmo - Parte II - A formação do jovem Baruch | 0 | 5.064 | 07/24/2014 - 16:08 | Portuguese |
Add comment