ÁRVORES NUAS

Árvores nuas

As árvores estão nuas e o tempo as despiu,

Tantos olhos passam e ninguém as viu,

Elas não se tapam, não têm sentimentos,

Ficaram nuas pela força dos ventos,

E os pássaros já não moram nelas,

Mas, não foi por deixarem de ser belas.

As árvores não ficam nuas para sempre,

As suas verdes folhas nascerão brevemente,

Todos os anos se despem e as folhas caem no chão,

São arrastadas pelos ventos não sei para onde vão,

Umas são recolhidas e outras são pisadas,

São folhas do tempo que pelo tempo são levadas.

Vem aí a Primavera e as árvores de verde se vestem,

De folhas verdes e novas e os pássaros aparecem,

Escondem-se na folhagem e dormem dançando,

Mas, não caem e de manhã acordam cantando,

Esvoaçam pelo céu e nelas fazem os ninhos,

Nas árvores vestidas nascem outros passarinhos.

Chilreiam enquanto as árvores estão vestidas,

Cantam e vão voando e pousam nas folhas amigas,

E todos os dias nas árvores vestidas se ouvem cantar,

 Toda a gente olha e pára, para escutar,

Já olham para árvores todas vestidas de verde,

Pois na Natureza tudo se transforma e nada se perde.

Vem o Outono e as árvores tornam a ficar nuas,

 Quer nas flores, quer nos parques e nas ruas,

E os pássaros vão para outro lado cantar,

 Porque as árvores estão despidas e tornam a voar,

Para outras árvores que nunca se despem,

E no tempo eles voltam e depois desaparecem.

Recife, 6 de Novembro de 2012-Estêvão