Pois tudo o que se move é sagrado.


Muito mais que estas raízes férreas,
Tudo que é sagrado, penso ver
No ar, que me move o pensamento
Na direcção do céu, mais que raízes,

Estas tão térreas, não que não seja
Dum lugar sagrado, mas o desejo,
É penetrar nos sentidos dos céus,
Que me tiram o fôlego de madrugada,

E ao sol deposto, pois tudo quanto
Se move é sagrado e quando
Está quieto é terra, e dizer que amo,
Não chega, a Terra não entende

Nem eu a entendo, (me desminto)
Muito mais que estas raízes,
Estático é meu corpo e certa
A insatisfação deste pensar de pedra

Feito mas sustenta no meu ar,
As raízes que pensava caírem dos céus,
Meu sustento aqui na Terra,
Num desalinho total de raízes aéreas,

E céus tão meus, mas tão distos,
Quando da terra o céu me arrepia
A pele, mesmo quando não há estrelas,
E nem o céu fala comigo a noitinha,

Dizendo que me ama e sou seu,
Quanto mais estas raízes térreas,
Tíbias e finas…efémeras,brancas…

Joel Matos (18/08/2015

http://joel-matos.blogspot.com

Submited by

Friday, February 23, 2018 - 13:22

Ministério da Poesia :

Your rating: None Average: 5 (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 17 weeks 1 hour ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Comments

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

.

.

Joel's picture

Como é possível.

Como é possível, sem nada
Saber, tudo o que interessa
Ao entendimento, eu saber,
Do que de mim não entenda

Eu,se nem por onde vou,
Me é possível saber, se voo
O voo que posso voar, quedo,
Ou se me convenço, que vou

Onde não posso ir,como é
Possível que me conheça,
Senão num bocado, nesse
Que a ninguém convence,de cabeça

Mais parece que sou todo
Eu que aqui estive e estou
Perante vós, mas não estou
Nem estive, nem sou visto,

Como é possível eu ser nada,
Mais isso e perceber tudo isto,
Como a um cego sem ver,
Eu persiga…

Joel Matos (06/08/2015)
HTTP://namastibet.blogspot.com

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/General Sombras no nevoeiro 0 3.865 02/16/2013 - 22:59 Portuguese
Poesia/General o dia em que o eu me largou 2 2.393 12/30/2011 - 13:24 Portuguese
Poesia/General ciclo encerrado 0 3.493 03/11/2011 - 23:29 Portuguese
Ministério da Poesia/General gosto 0 5.059 03/02/2011 - 16:29 Portuguese
Poesia/General A raiz do nada 0 2.790 02/03/2011 - 21:23 Portuguese
Poesia/General Tão íntimo como beber 1 1.990 02/01/2011 - 23:07 Portuguese
Poesia/General Gosto de coisas, poucas 0 4.208 01/28/2011 - 18:02 Portuguese
Poesia/General Luto 1 4.983 01/15/2011 - 21:33 Portuguese
Poesia/General Não mudo 0 3.475 01/13/2011 - 13:53 Portuguese
Prosas/Lembranças Cruz D'espinhos 0 10.449 01/13/2011 - 12:02 Portuguese
Prosas/Contos Núri'as Ring 0 5.660 01/13/2011 - 12:01 Portuguese
Poesia/Fantasy Roxxanne 0 4.857 01/13/2011 - 12:00 Portuguese
Poesia/General Oração a um Deus Anão 0 6.940 01/13/2011 - 11:58 Portuguese
Prosas/Saudade O-Homem-que-desenhava-sombrinhas-nas-estrelas 0 5.101 01/13/2011 - 11:57 Portuguese
Poesia/General O fim dos tempos 0 5.815 01/13/2011 - 11:52 Portuguese
Poesia/General Terra á vista 1 3.062 01/13/2011 - 02:13 Portuguese
Prosas/Lembranças sete dias de bicicleta pelo caminho de Santiago francês 0 10.710 01/13/2011 - 00:58 Portuguese
Poesia/General Não sei que vida a minha 1 2.109 01/12/2011 - 22:04 Portuguese
Poesia/General o céu da boca 0 5.545 01/12/2011 - 16:50 Portuguese
Poesia/General Dispenso-a 0 2.690 01/12/2011 - 16:38 Portuguese
Poesia/General estranho 0 5.539 01/12/2011 - 16:36 Portuguese
Poesia/General comun 0 6.143 01/12/2011 - 16:34 Portuguese
Poesia/General desencantos 0 2.724 01/12/2011 - 16:30 Portuguese
Poesia/General Solidão não se bebe 1 3.649 01/12/2011 - 03:11 Portuguese
Poesia/General Nem que 3 3.711 01/11/2011 - 11:39 Portuguese