(Ouçam-me, pra que eu possa…)

Ouçam-me só, para que eu possa…
O que escuto possuí um nó oblíquo como o destino,
Tem vazios e interstícios complexos, ausências,
Prevalece o que puder eu fundear entre as marés,
Amor, saudade ou o que a serenidade existencial
Conseguir não explicar e o que eu escuso,
Apesar de ser segredo, debato-a comigo,
É uma Pérgula d’esguelha com roseiras,
Nem-abertas nem-fechadas, invisível
Da entrada. O que me dói tanto é oblíquo,
Quanto a esfera armilar, do lado onde tudo pende,
É abismo fundo em mar noz, donde parece,
Ninguém vem e onde nem no chão cresce avenca,
Que erre eu o rumo tanto se me dá e ainda assim
Entendo mas não estou errado quando escuto
O preciso momento em que absoluto iniquo
Do meu pensar toca o imo do que sinto,
Se calhar atento, eu escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa, nasço
Ao destino com alfaias em forma de sinetas
De mil por mil alternáveis movimentos de ir e de vir,
A minha vida cresceu enviusada e em nó,
Ouçam-me só pra que eu possa ouvir
Quem cala e passa, que me diga onde pára
Meu destino, longe amonte e me foge ocioso,
Sem amarra nem mar pra parar,
Onde há-de ele me ir sonhar,
Onde há-de ele me vir sonhar,
(Ouçam-me só, pra que eu possa…)
Jorge Santos (12/2014)
Submited by
Ministério da Poesia :
- Login to post comments
- 8872 reads
Add comment
other contents of Joel
| Topic | Title | Replies | Views |
Last Post |
Language | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Poesia/General | Deus Ex-Machina, “Anima Vili” ... | 1 | 7.885 | 06/24/2021 - 10:38 | Portuguese | |
| Poesia/General | Da significação aos sonhos ... | 1 | 5.666 | 06/22/2021 - 09:01 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Sonho sem fim, nem fundo ... | 1 | 4.926 | 06/21/2021 - 15:27 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Absurdo e Sem-Fim… | 1 | 5.565 | 06/21/2021 - 15:26 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | A Rua ao meu lado ou O Valor do riso... | 1 | 6.322 | 06/21/2021 - 15:25 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Rua dos Douradores 30 ... | 1 | 9.260 | 06/21/2021 - 15:25 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Excerto “do que era certo” | 1 | 9.611 | 06/21/2021 - 15:25 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Ladram cães à distância, Mato o "Por-Matar" ... | 2 | 8.327 | 06/21/2021 - 15:22 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Morri lívido e nu ... | 1 | 5.361 | 06/21/2021 - 15:22 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Sou "O-Feito-Do-Primeiro-Vidente" | 1 | 5.878 | 06/21/2021 - 15:21 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Pedra, tesoura ou papel..."Do que era certo" | 1 | 12.235 | 06/21/2021 - 15:21 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Nada se parece comigo | 1 | 4.671 | 06/21/2021 - 15:20 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Quantos Césares fui eu !!! | 1 | 4.936 | 06/21/2021 - 15:20 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | "Sic est vulgus" | 1 | 8.039 | 06/21/2021 - 15:19 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Como morre um Rei de palha... | 1 | 7.534 | 06/21/2021 - 14:44 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Vivo do oficio das paixões | 1 | 6.292 | 06/21/2021 - 14:44 | Portuguese | |
| Ministério da Poesia/General | Patchwork... | 2 | 5.970 | 06/21/2021 - 14:44 | Portuguese | |
| Poesia/General | A síndrome de Savanah | 1 | 6.929 | 06/21/2021 - 14:43 | Portuguese | |
| Poesia/General | A sucessão dos dias e a sede de voyeur ... | 1 | 11.725 | 06/21/2021 - 14:42 | Portuguese | |
| Poesia/General | Daniel Faria, excerto “Do que era certo” | 1 | 6.693 | 06/21/2021 - 14:41 | Portuguese | |
| Poesia/General | Objectos próximos, | 1 | 6.566 | 06/21/2021 - 14:40 | Portuguese | |
| Poesia/General | Na minha terra não há terra, | 1 | 4.844 | 06/21/2021 - 14:38 | Portuguese | |
| Poesia/General | Esquecer é ser esquecido | 1 | 6.049 | 06/21/2021 - 14:37 | Portuguese | |
| Poesia/General | Perdida a humanidade em mim | 1 | 5.951 | 06/21/2021 - 14:37 | Portuguese | |
| Poesia/General | Cumpro com rigor a derrota | 1 | 6.828 | 06/21/2021 - 14:36 | Portuguese |






Comments
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa
escuto a analogia dos
escuto a analogia dos erros
Repetidos noutra e noutras dimensões, ironia
Do órgão nativo e sem tempo que dói sem doer,
Mas seduz-me o espreitar pelas frinchas do mundo,
E o enrolar das ondas vela-me aquando a bonança,
Reina e o temporal amaina e me amansa