Supondo-me desperto
Despertei não sei do quê nem como,
Se ainda durmo um tardio febril sonho
Vestido a luto ou se desperto a mando
De alguém morto há séculos e por falecer
Do mesmo mal que me anima ainda pés e tronco
E em que nada combina com vida, nem ar aliado
Ao movimento de sombra e luz que me perdure,
Inútil a alma que, se existisse seria cinza, pó terra
Acabando por se perder na penumbra alada
Desse neutro, negro outro lado, não sei porquê,
Nem onde, mestiça margem d’outro homem,
Vestida a manga, só no decote o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
Maldigo o destino, coso-me ao último, tomara certo,
Não falsa ideia final, do inútil que sou, supondo-me
Desperto, sem uso nem posto, confundo-me
Com as pedras que acariciam meu estéril rosto
E se alinham nas mãos e não no gesso do grotesco busto.
Jorge Santos 06/2019
http://namastibetpoems.blogspot.com
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 15438 reads
Add comment
other contents of Joel
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/General | Ladram cães à distância, Mato o "Por-Matar" ... | 2 | 7.883 | 06/21/2021 - 16:22 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Morri lívido e nu ... | 1 | 5.073 | 06/21/2021 - 16:22 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Sou "O-Feito-Do-Primeiro-Vidente" | 1 | 5.563 | 06/21/2021 - 16:21 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Pedra, tesoura ou papel..."Do que era certo" | 1 | 11.924 | 06/21/2021 - 16:21 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Nada se parece comigo | 1 | 4.411 | 06/21/2021 - 16:20 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Quantos Césares fui eu !!! | 1 | 4.765 | 06/21/2021 - 16:20 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | "Sic est vulgus" | 1 | 7.332 | 06/21/2021 - 16:19 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Como morre um Rei de palha... | 1 | 6.978 | 06/21/2021 - 15:44 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Vivo do oficio das paixões | 1 | 5.559 | 06/21/2021 - 15:44 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Patchwork... | 2 | 5.521 | 06/21/2021 - 15:44 | Portuguese | |
Poesia/General | A síndrome de Savanah | 1 | 6.611 | 06/21/2021 - 15:43 | Portuguese | |
Poesia/General | A sucessão dos dias e a sede de voyeur ... | 1 | 10.503 | 06/21/2021 - 15:42 | Portuguese | |
Poesia/General | Daniel Faria, excerto “Do que era certo” | 1 | 6.151 | 06/21/2021 - 15:41 | Portuguese | |
Poesia/General | Objectos próximos, | 1 | 6.138 | 06/21/2021 - 15:40 | Portuguese | |
Poesia/General | Na minha terra não há terra, | 1 | 4.265 | 06/21/2021 - 15:38 | Portuguese | |
Poesia/General | Esquecer é ser esquecido | 1 | 5.602 | 06/21/2021 - 15:37 | Portuguese | |
Poesia/General | Perdida a humanidade em mim | 1 | 5.594 | 06/21/2021 - 15:37 | Portuguese | |
Poesia/General | Cumpro com rigor a derrota | 1 | 6.087 | 06/21/2021 - 15:36 | Portuguese | |
Poesia/General | Não passo de um sonho vago, alheio | 2 | 5.709 | 06/21/2021 - 15:36 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | A sismologia nos símios | 1 | 6.246 | 06/21/2021 - 15:35 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Epistemologia dos Sismos | 1 | 4.842 | 06/21/2021 - 15:34 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Me perco em querer | 1 | 5.034 | 06/21/2021 - 15:33 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Por um ténue, pálido fio de tule | 1 | 5.720 | 06/21/2021 - 15:33 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | Prefiro rosas púrpuras ... | 1 | 3.800 | 06/21/2021 - 15:33 | Portuguese | |
Ministério da Poesia/General | A simbologia dos cimos | 1 | 4.981 | 06/21/2021 - 15:32 | Portuguese |
Comments
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,
o tecido é curto, A glote é
o tecido é curto,
A glote é minha assim como a de todos outros
Sem glória, cantando “à capella”, o divino moribundo
E o grotesco aplaudido por milhões de varejas,