Send'a própria imagem minha, Continuo'a ser eu ess’outro …

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Submited by

Tuesday, January 4, 2022 - 11:02

Poesia :

Your rating: None (1 vote)

Joel

Joel's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 18 weeks 2 days ago
Joined: 12/20/2009
Posts:
Points: 42284

Comments

Joel's picture

Sendo minha própria

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Joel's picture

Sendo minha própria

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Joel's picture

Sendo minha própria

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Joel's picture

Sendo minha própria

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Joel's picture

Sendo minha própria

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Joel's picture

Sendo minha própria

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Joel's picture

Sendo minha própria

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Joel's picture

Sendo minha própria

Sendo minha própria imagem,
Continuo a ser todavia, eu ess’ outro …

Sou a própria passagem do tempo,
O mestre do desapego, o final do ano,
É o que descrevo de mim e por mim,
De modo a parecer logro sendo-o, sou-o,

Não me imito, desnivelo-me pelo outro,
Mesmo o mais baixo, matreiro oco
Manhoso e velhaco, e os demais são,
Sendo eu, a minha própria mensagem, o local

Da praça, o demérito, a paragem do despudor,
A dor com que observo a tarde
A Ocidente, o lago da ” não-pertença”,
O Oligarca dos mal feitos,

Nada – é o meu nome a cheio,
Feito meu, a própria cara minha personifica
Um lego no que leio e receio nem ser,
Ouço-me em falso falando o que nem entendo,

Apenas raras vezes no sossego, conto
As estações do ano, os rostos leais dos meses
Como que me batem, o mérito nos rostos,
Na longa viagem dos “condes do duvidoso”,

Os Deuses do absurdo são poucos,
Brancos quanto o sal das salinas,
Nas estações do “inverneio”, no subúrbio
Pouco verdadeiro do que expresso,

O que peso não é um peso morto
Que se ate aos sapatos ou que os homens
Possam usar no bolso,
Eu faço uso d’facas vivas, o que me aconteceu,

Acontece aos nós, nos dedos dos loucos,
Nem sei quantos atributos os deuses
Das pedras têm, dos redemoinhos, dos socalcos
Nas águas, da turbulência dos ribeiros,

Dos cascalhos do caudal em que me prendo,
I’preso eu me penso não um rio, um mar
Imenso, desses onde se pode embarcar
Pra outro universo vivo, esse onde anoiteci

Rei e rainha de mim, inúmeras narrativas
Vêm á minha mente que não recordo
Nem tenho necessidade, não perco tempo
Averiguando as que são reais e as que finjo,

Dói-me a viagem dentro da própria viagem,
Conquanto sou a própria imagem doutro,
Continuo a ser, todavia, eu ess’outro
Dentro de mim …

Joel Matos ( 12 Dezembro 2021)

http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
http://namastibetpoems.blogspot.com

Add comment

Login to post comments

other contents of Joel

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Ministério da Poesia/General Difícil é sair de mim, eu mesmo... 557 11.975 03/30/2019 - 13:19 Portuguese
Ministério da Poesia/General O poema d'hoje não é diferente ... 357 12.688 03/30/2019 - 13:17 Portuguese
Ministério da Poesia/General Todos os nomes que te dou, são meus ... 284 9.953 03/30/2019 - 13:15 Portuguese
Ministério da Poesia/General Pax pristina 176 7.598 03/30/2019 - 12:17 Portuguese
Ministério da Poesia/General Caminho, por não ter fé ... 369 14.192 03/30/2019 - 12:16 Portuguese
Ministério da Poesia/General O azedume no vinagre ou rumo a Centauro-A 209 27.318 03/30/2019 - 12:14 Portuguese
Poesia/General o sabor da terra 296 19.236 03/30/2019 - 12:12 Portuguese
Poesia/General Inté'que poema se chame de Eu ... 243 10.457 03/30/2019 - 12:11 Portuguese
Ministério da Poesia/General Igual a toda'gente... 287 12.151 03/30/2019 - 12:10 Portuguese
Ministério da Poesia/General À excelência ! 160 10.708 03/30/2019 - 12:08 Portuguese
Ministério da Poesia/General Contraditório, só eu sou... 181 15.419 03/30/2019 - 12:07 Portuguese
Ministério da Poesia/General Cuido que não sei, 172 79.257 03/30/2019 - 12:05 Portuguese
Ministério da Poesia/General “Semper aeternum” 211 43.760 03/30/2019 - 12:04 Portuguese
Ministério da Poesia/General Sei porque vejo, 222 8.077 03/30/2019 - 12:04 Portuguese
Ministério da Poesia/General O poço do Oráculo… 30 3.443 12/02/2018 - 19:39 Portuguese
Ministério da Poesia/Intervention (Os Míseros não Têm Mando) 17 37.535 12/02/2018 - 19:34 Portuguese
Ministério da Poesia/General Canto ao dia, pra que à noite não… 19 1.827 12/02/2018 - 19:13 Portuguese
Poesia/General (Meu reino é um prado morto) 24 11.007 12/02/2018 - 19:04 Portuguese
Ministério da Poesia/General Canção Cansei 24 5.428 12/02/2018 - 19:02 Portuguese
Poesia/General Tenho um conto pra contar 16 4.305 12/02/2018 - 19:00 Portuguese
Ministério da Poesia/Aphorism não sei quem sou 21 13.411 12/02/2018 - 18:58 Portuguese
Ministério da Poesia/General Prazer da busca… 17 3.701 12/02/2018 - 18:56 Portuguese
Ministério da Poesia/General Com a mesa encostada aos lábios… 12 3.473 12/02/2018 - 18:47 Portuguese
Ministério da Poesia/General Porque Poema és Tu 22 6.283 12/02/2018 - 18:47 Portuguese
Poesia/General Nêsperas do meu encanto… 16 5.289 12/02/2018 - 18:45 Portuguese