Autofagia

Teço de palavras belo e forte açoite.
Uso-o repetidamente, insone à noite.
Açóito-me, sinto-me, dolentemente.
Afóito-me, verbigero, repetidamente.

Sou desperto auto-flagelo auto-fágico.
Sou insano grito louco, verborrágico.
Sou hemorragia que estanco com mordaça.
Sou autofagia, saboreando-me com graça.

Proibida fruta, colhida, servida bruta,
Sem ser descasacada, enfim SOU NADA.
Escura sela onde impera língua culta.

Apenas palavra louca, não pensada, gritada.
(Grito... GRITO!!!! Sou ninguém, ninguém AUSCULTA!!!)
Já rouca, não entrego-me, atiro-me então à luta.

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Saturday, November 21, 2009 - 18:58

Poesia :

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analyra

analyra's picture
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Comments

Conchinha's picture

Re: Autofagia

"Escura sela onde impera língua culta."

Adorei este verso
Ainda bem que te atiras à luta.

bjs

anadeornelas's picture

Re: Autofagia

An Lyra,

Fiquei sem fôlego, amiga poetisa...

Mas não me entrego, vou á luta e grito, me inclino perante ti, poetisa!!!

1 beijo :-) ;-)

MarneDulinski's picture

Re: Autofagia

analyra!

Lindo Poema!
Com o grito, muitas coisas botamos para fora, limpando nosso eu interior, e deixando a alma leve, para continuar o nosso labor...
Meus parabéns,
MarneDulinski

RobertoEstevesdaFonseca's picture

Re: Autofagia

Como sempre, grande poetisa, és.

Gostei imensamente.

Um abraço,
REF

LilaMarques's picture

Re: Autofagia

Minha querida Ana Lyra,

Teu talento é algo mais!

Lindo este teu poema (mais um), todo lindo, com um fim triunfal...

Adoro ler-te!

Um grande beijo. :-)

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