Orvalho parado numa pétala
O pôr-do-sol: efêmera mostra
Da eternidade. Um beijo toca a face
Imensa cor de instante, ruborizado
De vergonha, não sei. Portanto, rápido!
E os instintos da natureza morta
que substituem a luz por outra face
Beijam portanto, lento o espaço.
Dessa pataquada surge a troca de calores...
Da mistura entre ares, orvalho.
A pobre flor, violentada por abelhas
E insetos pilantras... Nada pode mudar o tempo vão.
Vão então, as gotículas acumulando-se
Com peso. Caindo, formando enxurradas-
que podem até receber a fina interpretação
De lágrimas esvaindo-se de outra face
(já que canalhice é deveras viciante.)
Qual o pretexto dessa idiotice?
(Pergunta-se o cavalheiro insípido.)
E a formosura da conquista, caro amigo, onde fica?
Queres perfume, toque e delicadeza, não?
E o macambúzio descreve: Oh! Acúmulo d'água
Bem medido na superfície de beleza momêntanea...
Oh! Que este encontro eu eternize!
Surgem então, os tontécas...
(Possiveis parentes de membros das civilizações
Dizimadas por gentis senhores implantadores
De políticas prósperas, corrupção e desmatamento...)
Sei lá eu... Tem vez que eu me acho um ninguém...
Afinal, quem sou eu para apontar o dedo e dizer:
Sobre aquela flor o que há é esperança
Escorrendo, tamanha a abundância?
Deixemos de lado. A poesia é bela;
O orvalho parado numa pétala é recorrente;
Poente, sol doente.
Porém firmo: De tudo há ainda o que entender.
Meu nome é castro, de origem celta.
(Sugiro que não me comprem.)
Entenda a ti antes de querer entender a mim.
As flores não deixarão de abrigar esperança. Vida.
Um livre arbítrio de momento. Um bom momento de escolha: pensar faz bem e a dor de cabeça não é ligada aos gastos exarcebados da conta telefônica. Pensemos mais...
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Comments
Re: Orvalho parado numa pétala
Parabéns pelo belo poema.
Um abraço,
Roberto
Re: Orvalho parado numa pétala
Da eternidade da tua inspiração chega aqui a nós um bom momento poético!!!
:-)
Re: Orvalho parado numa pétala
LINDO POEMA GOSTEI MUITO!
Meus parabéns,
Marne