Dizimação emocional

Arranco-me a pele não quero mais sentir
Arranco-me os nervos, não quero transmitir
um estímulo,um elétrico mínimo sinal
do gozo do banal e vil prazer carnal.

Arranco-me do corpo tudo que possa lembrar
a pele, o tato, a audição, o paladar
pois quero ter amputado enfim de mim
este gozo de sentir uma pele de cetim.

Não quero mais nenhum parco sentimento
nem um gozo, nem um pouso, nem lamento
quero que o frio do inverno habite meu coração
quero que acabe este inferno, esta procura em vão

Queimem meu corpo burro, ardente e são
quebrem meu osso do púbis e os da mão
desarticulem minhas pernas, meus braços

desfaçam-me destes humanos tristes laços
despojem-me destes tristes estilhaços
pedaços de afetos vertidos ao rés do chão.

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Tuesday, March 9, 2010 - 02:27

Poesia :

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analyra

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Comments

nunomarques's picture

Re: Dizimação emocional

Muito forte, muita revolta.

Fantástico poema

Bj
Nuno

Betofelix's picture

Re: Dizimação emocional

Já tentei amiga Ana, já tentei isso sim...

Não é possível. Não que seja impossível, mas se conseguir, me manda a fórmula.

Grande abraço e parabéns por brilhante poema.

Mefistus's picture

Re: Dizimação emocional

Raivaaaaaaaaa
Raiva Cega, Grito demencial
Alma viva e nobre, carente, lutadora.

Arrancar de ti o corpo, como quem arranca um lamento

só digo...

MAGNIFICO!!!!

Henrique's picture

Re: Dizimação emocional

Não quero mais nenhum parco sentimento
nem um gozo, nem um pouso, nem lamento
quero que o frio do inverno habite meu coração
quero que acabe este inferno, esta procura em vão...

Poema muito forte, tanto que até assusta!!!

Espero que não passe de desabafo!!!

Senão quem fica dizimado, somos nós!!!

:-)

LilaMarques's picture

Re: Dizimação emocional

Amiga, tu és um talentooooo!!!!

Visceral mesmo! Grande, profundo, forte!!!!

Muito bom!! Nossa, estava com saudade deste teu "pancadão"...

Te amo, amiga!
Um beijo bem grande.

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