Lado a Lado

De estranho fico…
Por fel na língua o sinto.
Inconclusivo experimentar de magoa,
Quando verbos desconjugados,
Importunam as aguarelas,
Que tingem o nosso enlaço…
Mas prescindimos…
Ao dar de morte por desamparos
Que se ocultam em venenos,
Onde o rancor rege contrários de nós dois.
Desconcórdia, o teu olhar farpado prenuncia o meu abandono…
Envio-te depois bilhetes de regresso…
São de mascaras e agonia
Sôfregas, cartas que a planger
Ruídos prostrados de mim
No eco da tinta muda
Te pedem cegos olhares,
Sobre o corpo a que falta teu corpo.
Que fosses até só por pena,
Tinta permanente e poema,
Bálsamo e incenso lenitivo
Tendo-te eu como certa…
No tempo definitivo…
Então seremos,
Como organismos inerentes
Corpos de um só amor…
Que dividem o sonho no mundo
A envelhecer de mãos dadas.