Aos milhares entram na minha alma

Sinto milhares de rostos a quererem tocar no meu rosto para ver se sou real,
Para ver se tenho alma,
mas são as minhas mãos que se tocam, perfeitas e sedosas a procurarem-me nos últimos
pedaços da minha carne como necrófagos pedaços do meu rosto.

Na doce melodia do tempo,
uma voz clama mais alto que o mundo,
e reconhece-o na Distância,
é o som da minha criança que numa inocente e ousada hora,
ilumina-me o coração de uma verdade tão pura como o dia em que nasci.

Vejo milhares de rostos a fitarem-me na escuridão,
os seus olhos azuis claros a olharem para o meu passado e meu presente,
a ligarem o cordão umbilical que me separava da verdade e o seu toque de veludo vermelho a pressionarem meus lábios contra os seus,
num breve sofrimento que se dissipa no vento.

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Wednesday, March 31, 2010 - 22:10

Poesia :

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angelofdeath

angelofdeath's picture
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Comments

marialds's picture

Re: Aos milhares entram na minha alma

Belo, calmo e sereno discertar em forma de verso sobre a vida, excência e consumação final.

Henrique's picture

Re: Aos milhares entram na minha alma

Vejo milhares de rostos a fitarem-me na escuridão,
os seus olhos azuis claros a olharem para o meu passado e meu presente,
a ligarem o cordão umbilical que me separava da verdade e o seu toque de veludo vermelho a pressionarem meus lábios contra os seus,
num breve sofrimento que se dissipa no vento.

Um fogo posto na alma!!!

Muito bom!!!

:-)

Jorgelupus's picture

Re: Aos milhares entram na minha alma

Gostei muito. Tem densidade, e as suas palavras trespassaram-me, sentindo-as.

Obrigado

Cps

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