Hoje
Olho o cinza das ruas
iluminados pelos neons
estranhos sons maquinais
gritos de mecânicos animais
buzinas varando a noite
em sinais alucinados.
Nada é orgânico
fora o pânico e a solidão.
A vida corre na contramão
do progresso.
O coração pulsa em um ritmo
que não mais meço
Tudo é uma parte
de o mesmo processo.
Olho as luzes
busco um louco,
me confesso.
Ouço o rugido rouco
anunciando o fim certo.
Apocalípse na esquina,
ali bem perto
Submited by
Thursday, April 8, 2010 - 04:26
Poesia :
- Login to post comments
- 1493 reads
Add comment
Login to post comments
other contents of analyra
Topic | Title | Replies | Views |
Last Post![]() |
Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Passion | Loucura | 6 | 1.610 | 03/27/2010 - 18:37 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Espumas à maré cheia | 6 | 2.086 | 03/27/2010 - 05:41 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Eis que surge do nada o amor em minha morada | 5 | 1.906 | 03/27/2010 - 05:35 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Beijo transatlântico | 6 | 2.334 | 03/27/2010 - 05:24 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Casamento Poético | 17 | 1.599 | 03/25/2010 - 22:11 | Portuguese | |
Poesia/Erotic | Carta ao parceiro | 13 | 2.152 | 03/24/2010 - 17:22 | Portuguese | |
Poesia/Fantasy | Janela para o lírico. | 7 | 2.148 | 03/23/2010 - 21:45 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Nada resta | 9 | 1.230 | 03/23/2010 - 14:20 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Maldição das Moiras | 5 | 1.785 | 03/22/2010 - 19:21 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Inexorável ciclo | 4 | 1.324 | 03/22/2010 - 19:19 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Quatro estações_ Inverno. | 4 | 1.350 | 03/18/2010 - 19:31 | Portuguese | |
Poesia/Love | Ainda em mim... | 5 | 1.181 | 03/18/2010 - 19:20 | Portuguese | |
Poesia/Love | Ó meu coração... | 3 | 2.354 | 03/18/2010 - 19:16 | Portuguese | |
Poesia/Love | Resquícios de ti em mim... | 6 | 1.606 | 03/18/2010 - 19:16 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Análise pessoal | 6 | 1.533 | 03/17/2010 - 21:49 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Remoto controle | 5 | 1.054 | 03/17/2010 - 21:42 | Portuguese | |
Poesia/Passion | Triste sina insana | 5 | 1.929 | 03/15/2010 - 21:35 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Por ti | 7 | 1.400 | 03/15/2010 - 21:24 | Portuguese | |
Poesia/Dedicated | Henrique arauto do coração | 11 | 2.266 | 03/15/2010 - 16:22 | Portuguese | |
Poesia/Love | Amor universal | 11 | 1.930 | 03/13/2010 - 04:20 | Portuguese | |
Poesia/Sadness | Coração frio | 5 | 1.549 | 03/13/2010 - 04:15 | Portuguese | |
Poesia/Aphorism | Tua voz do outro lado | 8 | 1.482 | 03/12/2010 - 18:17 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | Ponto de mutação | 5 | 1.825 | 03/12/2010 - 02:56 | Portuguese | |
Poesia/Intervention | vida | 7 | 1.172 | 03/12/2010 - 00:05 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | Entendimento | 9 | 2.416 | 03/10/2010 - 16:11 | Portuguese |
Comments
Re: Hoje
O lado alucinado da vida aqui bem ilustrado, o hoje ruge incerto!!!
:-)
Re: Hoje
Olhos que não vêm, cegos
Os sons que soam, surdos
Ecoa no ar um grito, mudo
Pulsa o coração no peito
aberto
Afogo-me, mergulhado em mim
Entra o abismo pela janela,
e vejo
Apocalípse na esquina,
ali bem perto
Como sempre uma maravilha ler-te.
Beijo
Nuno
Re: Hoje
A tua poesia traduz muito bem o burburim de uma cidade e todos seus sons.
Parabens!
Re: Hoje
Minha querida,
Nosso coração, por vezes, não acompanha este ritmo louco, que nada tem de orgânico...amiga, nossa pulsação é outra e temos de respeitá-la. Como? Esta é a questão: Como?
Apenas queria estar mais perto de ti.
Um beijo muito grande.
Re: Hoje
Lila querida. amo-te. Grande abraço. És uma amiga e tanto.
Beijos querida.
Re: Hoje
Clap Clap Clap!
É engraçado!
"A vida corre na contramão
do progresso."
O individuo tem um tenebroso e provavelmente inconsciente desejo, que a humanidade falhe.
Leio muitas vezes, em forma de arte ou não, a descrença do/no "homem" como todo.
Não será uma prepotencia, egoísta, como esta sempre é,
juntamente com uma carencia de qualquer coisa que faz com que o individuo(eu incluido) se ache detentor da razão e o resto do mundo todo junto não!? Eu acredito que estamos no caminho certo. Que sempre estivemos. A evolução não nos é dada a escolher.
Gostei muito Ana. Como sempre gosto do que escreves.